A arte de criar
Aqui o galo não canta, mas disfarçado de galo de terreiro do interior rural deste Brasil afora, o despertador do tal do celular bem que tenta imita-lo, e chega bem próximo da perfeição se não fosse a possibilidade do toque humano do cidadão ao lhe desarmar, eis ai a diferença, o bicho de penas não tem pause/stop, pois tem o entendimento que já chega de cantar, e isto só obra da perfeição da natureza para explicar.
Mas, vamos ao que interessa. Depois de desarmar o galo de mentirinha, é hora de dar seqüência ao dia, afinal a labuta nos espera. Partimos então rumo ao banheiro, para mergulhar na piscina formada na pia que mal cabe as mãos para criarmos uma poça d´água, represando a ducha do gota-gota que sai da torneira, e então despertamos em definitivo.
Daí em diante, é hora de iniciarmos o teatro das profissões que cada um de nós se transforma a cada momento, e num papel de dono de botequim, vamos preparar o café, se bem, que é só seguir as instruções, pois a tal de cafeteira elétrica faz a vez daquele velho pé de meia disfarçado de coador, que lá na roça vovó fazia o tal do pretinho de todas as manhãs. Mais uma ação de ator e preparamos o pão com manteiga, e é interessante como a tal “graxa” do pão insiste em lambuzar as mãos, eita sô! Como não tem garçom aqui, pois ta difícil de improvisar este vamos nos deliciar no às vezes amargo, às vezes doce demais, mas desce, e a cada mastigada e golada de café, vai o tal do rei da inflação, e olha que o chamam de “pão francês”, se fosse brasileiro eim!?
Bom, como hoje o lado artístico de ama de cama tava meio rebelde, essa parte vai ficar, e ai vamos a caminhada disfarçada que todos nós fazemos todos os dias para chegarmos ao serviço, e aqui começa uma interessante observação. Logo cedo, ainda na sacada do escritório vendo o ir e vir de todos, algo chama a atenção, passa um perfeito representante dos obesos, e aqui saliento seu imponente calculo que uns 150 kg afundando a rua afora, num movimento intrigante eu como ouvinte percebo que em sentido oposto uma terráquea da classe feminina, ao passar pelo espaçoso abaixa a cabeça em sentido de alguma desaprovação, percebo que ela altera seu semblante, e isto me chama a atenção no cruzar de seres uns pelos outros, o que será que passa pela cabeça destas pessoas ao cruzar com outras pela rua.
Bom, até queria mesmo falar sobre isso, mas as linhas de limite do texto estão no fim, e isto é tarefa para quem quiser dar continuidade a este tema outro dia.
Vamos a luta e deixemos a arte de criar para outros...
Junior “um sonhador”