´E A LUA

Afirma o pesquisador de empatia Martin Hoffan, que as raízes da ética estão na empatia, “ pois é o empatizar com as vítimas potenciais – alguém que sofre, que está em perigo, ou que passa privação – e, portanto, partilhar da sua aflição que leva as pessoas a agirem para ajudá-la”. Afirmando ainda, que a própria capacidade de afeto empático, de colocar-se no lugar de outra pessoa, nos leva a seguir certos princípios morais”. (Está contido no livro de Daniel Goleman “ Inteligência Emocional”.

Li isto e pensei no Homem de Lata do filme O Mágico de Oz, cujo desejo era ter um coração para poder sentir alegria e tristeza, externar o sentimento de solidariedade com todas as outras criaturas.

Ai, quando falei “pensei” me veio à mente palavras do mestre Mário Moacyr Porto, que disse: “ O homem não é decididamente um ser que pensa, mas um ser que se distingue ou se realiza pela imaginação”.

Então, se só imagino, diria que faço parte da platéia de Shakespeare. Explico: rezam as crônicas que Shakespeare pendurava uma lanterna no palco do teatro e advertia um auditório de mercadores e marinheiros que aquela candeia oscilante e tosca era a lua, debruçada no firmamento. E todo mundo via e sentia na luz baça do candeeiro de azeite a poeira do astro luminoso.

Imaginemos pois, que aqui também leva-se à cena muitos espetáculos... Há sempre uma lanterna no palco e dependendo de sua posição na platéia, conseguirá imaginá-la lua. Sempre existirá alguém a nos persuadir.

Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 02/09/2008
Código do texto: T1158113
Classificação de conteúdo: seguro