UMA HISTÓRIA DE AMOR E TRAIÇÃO

Ela chamava-se Rosa. Nome de flor. Mas, Rosa - mulher, assim como rosa - flor, era perfumada, pele lisa, acetinada. Rosa é a rainha das flores. Sempre requisitada para todos os eventos, enfeitada com fitas e ornamentos. Rosa - mulher era a rainha do meu coração. Sempre amada, desejada, cheia de atributos. Acontece que Rosa me traiu. Imagine com quem? Com o Cravo, seu vizinho no jardim. Comecei a desconfiar da traição quando Rosa de mim se aproximava. Ela trazia o cheiro do cravo. Para confirmar a traição, pedi ao Gerânio, companheiro de jardim, que ficasse de vigia. À noite, quando todos adormecem, Gerânio viu a Rosa encurvando-se, até encostar suas delicadas pétalas, no fogoso Cravo. Foi uma cruel traição! Foi constatado o delito. No dia seguinte, bem cedo, levantei-me e fui direto limpar meu nome, colocar os pingos nos “is”. Com uma bem amolada tesoura, cortei o caule da traidora. Ela tremeu no ato, deixou cair algumas pétalas e tombou inerte. Lavei minha alma.