Olho no Pleito!

Os talentos da adversidade moram, além de escondidos, muito distantes um do outro.

Reconhecer-se um herói é um outro ato heróico. O inferno está mesmo é cheio de inocentes. É por isso que neste pleito de 2008 deveremos estar muito atentos aos discursos enganadores dos candidatos camaleões. O perigo ronda-nos. É carecido olhos bem abertos. Basta de já termos sido escancaradamente enganados, há tanto tempo.

Houve tempo, e nem tão remoto, que até a tortura e o assassinato eram usados para se competir politicamente. Quantos inocentes não tombaram vitimados pela monstruosidade eleitoreira? Sucede que os tempos são outros e a lei menos esquecida do que no passado. Manter currais eleitorais dá trabalho e muito. Que o diga a justiça eleitoral.

Enquanto o TER está instruindo seus funcionários e a população como um todo, incluindo-se aqui suas majestades, os políticos, um exército paralelo engendra meios e caminhos para destronar a lei e cavar os túneis imorais da anti-ordem. Há muito político estudando o meio menos inseguro de burlar a legislação eleitoral e cometer atrocidades contra tudo e contra todos. Polícia neles. Sociedade vigilante. Título bem guardado esperando o dia exato de outubro chegar sob um sol de esperança, para que o Brasil renasça soberano e imenso. Merecemos e já passa da hora.

É preciso que andemos mais depressa ainda para não corrermos o risco de perdemos o bonde da história. A manipulação das eleições é escravidão insuportável. Não podemos entrar para o registro dos ranques eleitorais mais indesejados do planeta, assim como o é na China: exagerada em tudo o que faz, incluindo a falta de liberdade. Votar é decidir, escolher, melhorar, exercitar o exercício número um da cidadania de um povo que se quer livre.

O falso estigma de que nisso não se dá jeito adoeceu, morreu, enterramos. O país vive um outro tempo e respira um novo ar. Muita coisa mudou e para melhor. Caminhamos para um verdadeiro Estado de direito, muito embora nossa Constituição Federal já o diga isso, desde a sua promulgação. A crônica litigiosidade entre os comandados e os que comandavam, erroneamente, no passado não possui mais a força que precisaria ter ainda hoje. O bandido já teme a polícia porque a lei chegou a todos os que dela necessitam, ou para se libertarem ou para serem isolados do convívio social.

A lista de prioridades viciadas pela vontade política do passado mudou de cor e de tamanho. Ninguém mais é inviolável, imbatível, definitivamente amedrontador. O povo arrumou-se de tal maneira que o coletivo sobrepõe-se ao individual; assim deve continuar a ser seculum, seculorum.

E então, por que não nos ajuntarmos no cume deste novo tempo, desta nova atmosfera promissora que entre nós se encheu e patrocinemos diálogos inteligentes, justos, esperados?

Já fomos muito às urnas. Nossa peregrinação foi dolorosa e ainda não estamos em nenhum mar de rosas. O tempo passava e as mudanças não chegavam e nós não nós incomodávamos tanto. Hoje são requeridos esforços redobrados, olhares mais atentos, porque a lei está mais próxima de todos nós. Injustiças? Continuarão existindo sempre; o que não pode é prevalecerem sobre o justo. Aos poucos a deusa Têmis vai deixando de enxergar e o baço cairá no vale dos iguais, dos comuns e a parcialidade vai extinguindo-se de uma vez por todas.

Finalizo esta crônica com a esperança viva de que o eleitor 2008 esteja mais consciente de seus direitos e de seus deveres enquanto eleitores cidadãos. Quem não quiser estar sob a lei, que aja fora dela, mas com a certeza de que uma hora menos, uma hora mais, será pego e levado para enxergar de perto o terrível pôr-de-sol quadrado tão indesejado. Não aconselharia a ninguém!