Resistindo a mim mesmo.

Levantei-me cedo, o sol ainda nem iluminava as margens dos planaltos, mas o galo já cantava em meu sítio, a caminho da cozinha ouvi um som estranho vindo do quintal, lembriu-me um rugido de leão faminto, não sei... Talvez minha audição ainda estivesse abalada pelo sono.

Assustado, fui em direção ao tal som, já com minha espingarda em punho, preparado para o pior.

Ao abrir a porta, deparo-me com uma criatura estranha, pálida, parecendo mais um zumbi pela coloração da pele, nunca tinha visto antes, um algo assim, parecia algo que só se vê em livros de mitologia.

Assustado, mas envolvido pela curiosidade, calei-me, o grito queria ser expelido de minha garganta, mas os olhos negros daquele ser me paralisará.

O sono há pouco tempo dominante em minha carne já havia se esvaído, só ansiedade e excitação predominavam em minha pessoa naquele instante.

Olhando aquele “zumbi” de rosto fino e pálido, com o tórax coberto por estranha armadura dos tempos medievais, escondendo as asas que embora fossem brancas, comparadas as coloração de sua pele, tornavam-se cinzas.

-Sai do meu caminho, verme

-Por onde passarás. perguntei

-Passar ? Não irei a lugar nenhum, aqui é meu lugar agora, apenas saia!

Em um ato desesperado e involuntário, defiro um tiro contra o tal zumbi, que para minha surpresa cai de joelhos.

Assustado e confuso, sem saber o que estava acontecendo, permaneci calado e o encarei com meus olhos inertes, esperando uma reação alheia.

-Amanhã regressarei, estejas preparado!

Eis que então abro os olhos e vejo o teto:

-ufa! foi só um sonho!