CRÔNICA DE UMA VIAGEM - V
Tornou-se praxe, aliás nada agradável, os passageiros se levantarem de suas cadeiras muito antes de o avião encontrar-se completamente estacionado na pista. É um verdadeiro corre-corre seguido de ávido empurra-empurra, cotoveladas e nítidas demonstrações de atitudes nada civilizadas. Para dar uma pequena idéia ilustrativa dessa situação ocorre-me algo assim como um bando de ovelhas presas no curral que, desesperadas para se livrar daquela prisão apertada, se espremem umas contra as outras e vão passando por cima de quem estiver à frente para chagar ao objetivo colimado. É algo semelhante, guardadas as devidas proporções. Se bem os passageiros escutem a comissária alertando para permanecerem sentados enquanto o avião taxia na pista, que nada! Num salto a turba apressada forma aquela caótica fila aguardando a abertura da porta do avião, a maioria retirando suas bagagens de mão e se desencontrando com braços e pernas sem o mais leve resquício de educação. São poucos os que permanecem sentados esperando sua vez de sair, deixando os desvairados se desembestar porta afora. Tem sido sempre assim em todas as minhas viagens, invariavelmente. Quem precisa fazer conexão e não for do bando dos trogloditas pode até perder seu próximo vôo. E não pensem que me refiro a qualquer um quando menciono esses descontrolados impacientes. Não! São, na sua maioria, cavalheiros(?) e damas(?) muito bem vestidos, aqueles enfatiotados e estas, na última moda e de aparência, por vezes, até aristocrática. Bom, não há muito o que fazer a respeito a não ser eternizá-los nesta crônica.
Uma balbúrdia inesperada nos recepcionou no aeroporto de Porto Alegre. Diversas pessoas gritavam agitando bandeirinhas e chamando por pessoas que me eram desconhecidas, rostos em êxtase, alguns lacrimejantes, sorrisos, euforia. Olhei para Ana, cuja surprêsa estampada no rosto também denotava seu desconhecimento sobre a razão de tanto barulho, e fiz um muxoxo de indiferença. Foi já próximo à esteira de bagagens que entendemos tudo. Tratava-se de torcedores do time gaúcho que viajava conosco. Ih, foi um Deus-nos-acuda! Os jogadores corriam na direção dos torcedores e eram recebidos com apupos e manifestações variadas. Flashs espocavam, garotas histéricas se esganiçavam bradando o nome desse ou daquele esportista e a meninada enganchada no pescoço dos pais estirava folhas de papel e caneta pedindo autógrafos. Ainda pude ver, à distância, o provável treinador todo sorridente sob as luzes dos holofotes e a proximidade dos microfones seguros por repórteres e jornalistas.
Ao recebermos nossa bagagem notamos pequena avaria numa delas e fomos protocolar na companhia aérea a reclamação óbvia.O funcionário fez as perguntas usuais, olhou a bagagem onde se verificou o problema e registrou o caso num documento, entregando-me cópia. Nesse exato momento, para nossa alegria, uma jovem veio até nós segurando uma placa com o meu nome. Graças a Deus! Os esforços das funcionárias da T... em Natal para destravar o impasse do traslado haviam obtido sucesso. A jovem sorriu toda dentes brancos saudáveis e nos entregou brindes contendo vinhos e queijos da região. O transporte para nos conduzir até Gramado - hora e meia de viagem - nos esperava juntamente com outros passageiros. Lá fora, prestes a nos acomodar no microônibus, ainda vimos a galera zoando e festejando com os jogadores do time gaúcho.
Tornou-se praxe, aliás nada agradável, os passageiros se levantarem de suas cadeiras muito antes de o avião encontrar-se completamente estacionado na pista. É um verdadeiro corre-corre seguido de ávido empurra-empurra, cotoveladas e nítidas demonstrações de atitudes nada civilizadas. Para dar uma pequena idéia ilustrativa dessa situação ocorre-me algo assim como um bando de ovelhas presas no curral que, desesperadas para se livrar daquela prisão apertada, se espremem umas contra as outras e vão passando por cima de quem estiver à frente para chagar ao objetivo colimado. É algo semelhante, guardadas as devidas proporções. Se bem os passageiros escutem a comissária alertando para permanecerem sentados enquanto o avião taxia na pista, que nada! Num salto a turba apressada forma aquela caótica fila aguardando a abertura da porta do avião, a maioria retirando suas bagagens de mão e se desencontrando com braços e pernas sem o mais leve resquício de educação. São poucos os que permanecem sentados esperando sua vez de sair, deixando os desvairados se desembestar porta afora. Tem sido sempre assim em todas as minhas viagens, invariavelmente. Quem precisa fazer conexão e não for do bando dos trogloditas pode até perder seu próximo vôo. E não pensem que me refiro a qualquer um quando menciono esses descontrolados impacientes. Não! São, na sua maioria, cavalheiros(?) e damas(?) muito bem vestidos, aqueles enfatiotados e estas, na última moda e de aparência, por vezes, até aristocrática. Bom, não há muito o que fazer a respeito a não ser eternizá-los nesta crônica.
Uma balbúrdia inesperada nos recepcionou no aeroporto de Porto Alegre. Diversas pessoas gritavam agitando bandeirinhas e chamando por pessoas que me eram desconhecidas, rostos em êxtase, alguns lacrimejantes, sorrisos, euforia. Olhei para Ana, cuja surprêsa estampada no rosto também denotava seu desconhecimento sobre a razão de tanto barulho, e fiz um muxoxo de indiferença. Foi já próximo à esteira de bagagens que entendemos tudo. Tratava-se de torcedores do time gaúcho que viajava conosco. Ih, foi um Deus-nos-acuda! Os jogadores corriam na direção dos torcedores e eram recebidos com apupos e manifestações variadas. Flashs espocavam, garotas histéricas se esganiçavam bradando o nome desse ou daquele esportista e a meninada enganchada no pescoço dos pais estirava folhas de papel e caneta pedindo autógrafos. Ainda pude ver, à distância, o provável treinador todo sorridente sob as luzes dos holofotes e a proximidade dos microfones seguros por repórteres e jornalistas.
Ao recebermos nossa bagagem notamos pequena avaria numa delas e fomos protocolar na companhia aérea a reclamação óbvia.O funcionário fez as perguntas usuais, olhou a bagagem onde se verificou o problema e registrou o caso num documento, entregando-me cópia. Nesse exato momento, para nossa alegria, uma jovem veio até nós segurando uma placa com o meu nome. Graças a Deus! Os esforços das funcionárias da T... em Natal para destravar o impasse do traslado haviam obtido sucesso. A jovem sorriu toda dentes brancos saudáveis e nos entregou brindes contendo vinhos e queijos da região. O transporte para nos conduzir até Gramado - hora e meia de viagem - nos esperava juntamente com outros passageiros. Lá fora, prestes a nos acomodar no microônibus, ainda vimos a galera zoando e festejando com os jogadores do time gaúcho.