A primavera se aproxima....
A primavera se aproxima... O inverno se despede. A natureza que estava adormecida começa a acordar.
É interessante observar as plantas: estiveram recolhidas, guardando energia. Parecem feias e tristes.
Nas roseiras, as folhas ficam amarelas , caem, parecem morrer... Melhor não mexer com elas... Aguarde... Assim que o inferno passar elas irão renascer. Novos brotos, novas folhas, novos botões. Mais vida!
Será a vida humana assim também?... No inverno da existência, quando tudo parece acabado, quando os sonhos estão adormecidos, quando a esperança já não sabe o que buscar.... Será que estamos apenas armazenando forças para ressurgir em outra primavera e de novo sonhar, sonhar... Sonhar??
Novo ciclo. Novo recomeço...
Chega o verão, as chuvas, as lagartas...
Depois, no outono, as lagartas param. Transforma-se em casulo. Surgem borboletas em revoada.
E assim como no sonho de Chuangtsé: “Agora, não sei se eu era então um homem a sonhar que era borboleta, ou se sou agora uma borboleta a sonhar que sou homem”.
Férias....
A velha lagarta sai de seu casulo e já agora é uma borboleta. Tem asas defeituosas, voa baixo, e com dificuldade. Entretanto passa a fazer parte do grupo de borboletas esvoaçastes e festeiras. O tumulto é grande! Ela voa de lá pra cá sem rumo certo.
A velha borboleta aprecia e por vezes dá palpites... Começa a se sentir cansada de tanto vai e vem a sua volta.
As férias terminam. As borboletas somem; voltam a seus lugares.
A velha borboleta também se cala, volta a seu casulo; ou será que volta a seu papel de lagarta?
De novo o inverno.
É hora de descansar...