Sempre critiquei quem vendeu ou anulou o voto. Achava que aquilo era uma forma de se alienar, de não se responsabilizar pelo dever cívico.

               Pois bem, alguém terá que me convencer de não fazer o mesmo. Pense comigo. Voto em fulano porque ele é do partido X. Somente isso. Não me interessa quem seja de outro partido, mesmo sendo mais inteligente ou elegante. O que define meu voto, é a linha de conduta do partido. Uns gostam do cooporativismo vermelho, outros do verde esperança (sob a batuta de Gabeira). Existe um outro partido que se exibe todo de branco, parecendo até uma cena de "O céu pode esperar". Na verdade o inferno não vê a hora de recebê-los com as caldeiras a ponto de fervura. Tem aqueles partidos que querem ressuscitar idéias mortas e enterradas, uma verdadeira película de terror.  Outros que sempre concorrem e nunca ganham nada. São muito competentes.
         Eymael seria o grande símbolo do eterno candidato  que tenta...tenta.....sem chegar a lugar algum. Quem não lembra de "Eymael, o democrata cristão?" Acho que depois de tanto tentar, o lema poderia ser: "Ei ei Eymael, o candidato tristão".

          O meu partido preferido, tinha como ícone, uma pequena ave,  bicuda e colorida. O bico é tão grande que desfoca a visão, perdendo-se a referência, o objetivo. As plumas muito coloridas, lhe dão uma aparência despojada, mais alegre. A verdade, é que naquela infinidade de cores, se esconde o real matiz:  o amarelo. Amarelar tem sido a tônica ultimamente....sejas nas urnas ou nas quadras. Tudo acaba com um sorriso amarelo e nós vermelhos de vergonha. Era um partido chamado de oposição......hoje eles não têm a menor idéia da posição em que se encontram. Eu diria....de quatro.

         Votei em muitos, que depois de algumas semanas, trocaram de partido, de legenda, tal como eu trocaria de camisa. Um ato simples, sem nenhum constrangimento. Existem eleitos que exibem vários tons, um perfeito pavão com a cauda a mostrar quantas cores são necessárias para não ficar com o rabo preso. Votei em muitos que fugiram da luta, quando mais precisávamos deles. Votei em muitos que esconderam o voto para se lambuzar da partilha do que foi surrupiado. Votei em canalhas que prometeram ser honestos na vida pública, como se isso fosse uma vantagem sobre outros. Era uma obrigação.

            Será que alguém poderia me dizer, porque deveria eu votar em covardes que me apunhalarão logo após  a abertura das urnas. Minha ilusão de achar algum político honesto, morreu junto com Mario Covas. Ele foi o único político que conheci, que morreu menos rico que quando adentrou. Ele sim valeria uma medalha de ouro.  Ele sim mereceria meu voto, afinal, assim como meu falo, meu voto não foi encontrado na lata do lixo. Prefiro anular minha convicção que passar uma procuração a mais um larápio do erário público.

             Pelas razões acima, nas próximas eleições votarei nu....isso mesmo, nu......lo. Se vc acha que pode salvar esta alma de tamanha obscenidade cívica, ainda há tempo.......se não vou nuuuuuuu........looooooo........nuuuuuuu..........loooooooo..........como se canta nos estádios do Brasil.