AZEDA

          Hoje eu acordei azeda. Em ponto de limonada. Alguns finais de semana, fico num lugar isolado, sem net e com uma TV com parabólica, que consegue captar uns quatro canais. A Globo, certamente, a TV Diário de Fortaleza, O Canal do Boi, o Shop-Tour e, por alguma bênção, a TV Escola. È nesse canal, a TV Escola,  que tenho assistido a bons e variados documentários e entrevistas (além de alguns filmes, a única coisa que gosto de ver em TV).

         Neste final de semana,  assisti a dois documentários de Carl Sagan sobre as missões espaciais, inclusas, questões pertinentes ao Universo. Assim como eu conto que penso e tenho sonhos desde criança com o Criador e com explicações relativas à vastidão do Universo, ele conta que desde pequeno interessou-se por e tinha sonhos com as estrelas. Ele queria saber o que é, o que são as estrelas. Não vi isso no programa, mas disseram-me depois que ele queria descobrir o que era (ou é) Deus.

          Dessa forma, vi fotos do espaço, do que é visível no espaço, sabendo que tudo que vemos ali não é nada atual, por assim dizer, por causa do tempo que a luz leva para viajar... O céu que vemos não existe: o que vemos é algo passado; o que está lá agora, ainda não chegou a nós. Ouvi explicações sobre os movimentos das galáxias. Todo o conjunto se movimenta de onde? Para onde? De qualquer forma existem as forças de atração, os movimentos orbitais, para falar apenas do mais simples. O nosso sistema solar está na periferia da Via Láctea, acompanha seu movimento pelo espaço e,  algo que eu nunca havia pensado, nesse conjunto não há uma posição fixa em relação ao que chamaríamos em nossa dimensão, em termos de altura. Isso quer dizer que embora a galáxia pareça um disco achatado, ora estamos mais para cima, ora mais para baixo em relação ao centro.

          Isso tudo, que não é nada, é muito para a minha pequenez. Então, lembrei-me de um post do poesia on-line onde se fala sobre o festival de cachaça em Paraty, onde a tal tem um dos teores alcoólicos mais altos de que já ouvi falar. E esses seres “humanos”, nesse pingo que apesar de tão maravilhoso, é muito menos do que um pingo no Universo, vão embebedar-se para depois vomitar nas calçadas, ou sei lá eu onde. Hoje, não consigo ver beleza em nada, tenho apenas nojo do que existe por aí...