Sacanagem
com Drummond
Outro não podia ser o título desta crônica.
Até quis ser mais delicado; mais lhano. Sê-lo, seria impossível: uma inominável iracúndia de mim se apoderou quando, passando pelo Posto Seis, vi Carlos Drummond sem os seus óculos.
Mais uma vez, um sacana qualquer mutilara sua estátua, no calçadão de Copacabana.
Sacanagem, sim, porque não é a primeira vez que isso acontece.
Se não estou enganado, é a sexta vez que mãos criminosas danificam a estátua do poeta e exuberante cronista que, apesar de ser mineiro, só falou bem do encantador Rio de Janeiro.
É claro que tal altitude não partiu do carioca honesto, sério, respeitador, inteligente. Não. Fê-lo o carioca sem-vergonha, desonesto, covarde, incorrigível vândalo. Capaz até de destruir o Pão de Açúcar e reduzir a pó a estátua do Cristo Redentor.
Sei que essas coisas não acontecem somente na Cidade Maravilhosa. Existem sacanas, safados, espalhados pelo Brasil afora.
Aqui mesmo em Salvador, vândalos incorrigíveis molestaram a estátua de Vinícius de Moraes erguida em Itapuã, na praça que tem o seu nome. Quebraram--lhe o encosto.
Não sei se já providenciaram o conserto. Tomara que ela não tenha a mesma sorte da orla da capital baiana: nossa orla está baianamente abandonada.
*** *** ***
Hoje, o Portal de Notícias da Globo traz uma matéria sobre os óculos de Drummond. E com este título: "Estátua de Drummond ganha par de óculos pela sexta vez."
Não há como a notícia passar despercebida por este atento cronista.
Acho-me no dever de divulgá-la e ao mesmo tempo protestar ( mais uma vez) contra a atitude de maus cariocas que circulam por Copacabana ameaçando um dos mais respeitáveis monumentos da cidade.
É melhor escrever malhando os algozes da memória de Drummond do que encher páginas e páginas opinando sobre quem deve "amadrinhar" esta ou aquela Escola de Samba.
Se os cariocas verdadeiros me permitirem, lhes dou esta sugestão: tirem a estátua de Carlos Durmmond de Andrade do calçadão de Copacabana e a coloquem no alto da pedra da Gávea ou no topo do morro Dois Irmãos.
Drummond não reclamará. Desses dois locais, ele continuará admirando o Rio de Janeiro, cidade que o ajudou a escrever boa parte de seus maravilhosos poemas e inesquecíveis crônicas.
com Drummond
Outro não podia ser o título desta crônica.
Até quis ser mais delicado; mais lhano. Sê-lo, seria impossível: uma inominável iracúndia de mim se apoderou quando, passando pelo Posto Seis, vi Carlos Drummond sem os seus óculos.
Mais uma vez, um sacana qualquer mutilara sua estátua, no calçadão de Copacabana.
Sacanagem, sim, porque não é a primeira vez que isso acontece.
Se não estou enganado, é a sexta vez que mãos criminosas danificam a estátua do poeta e exuberante cronista que, apesar de ser mineiro, só falou bem do encantador Rio de Janeiro.
É claro que tal altitude não partiu do carioca honesto, sério, respeitador, inteligente. Não. Fê-lo o carioca sem-vergonha, desonesto, covarde, incorrigível vândalo. Capaz até de destruir o Pão de Açúcar e reduzir a pó a estátua do Cristo Redentor.
Sei que essas coisas não acontecem somente na Cidade Maravilhosa. Existem sacanas, safados, espalhados pelo Brasil afora.
Aqui mesmo em Salvador, vândalos incorrigíveis molestaram a estátua de Vinícius de Moraes erguida em Itapuã, na praça que tem o seu nome. Quebraram--lhe o encosto.
Não sei se já providenciaram o conserto. Tomara que ela não tenha a mesma sorte da orla da capital baiana: nossa orla está baianamente abandonada.
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Hoje, o Portal de Notícias da Globo traz uma matéria sobre os óculos de Drummond. E com este título: "Estátua de Drummond ganha par de óculos pela sexta vez."
Não há como a notícia passar despercebida por este atento cronista.
Acho-me no dever de divulgá-la e ao mesmo tempo protestar ( mais uma vez) contra a atitude de maus cariocas que circulam por Copacabana ameaçando um dos mais respeitáveis monumentos da cidade.
É melhor escrever malhando os algozes da memória de Drummond do que encher páginas e páginas opinando sobre quem deve "amadrinhar" esta ou aquela Escola de Samba.
Se os cariocas verdadeiros me permitirem, lhes dou esta sugestão: tirem a estátua de Carlos Durmmond de Andrade do calçadão de Copacabana e a coloquem no alto da pedra da Gávea ou no topo do morro Dois Irmãos.
Drummond não reclamará. Desses dois locais, ele continuará admirando o Rio de Janeiro, cidade que o ajudou a escrever boa parte de seus maravilhosos poemas e inesquecíveis crônicas.