NA PORTA DO CEMITÉRIO

Uma vez, já passava da meia noite quando a campanhia tocou.

Eram uns amigos que vieram me buscar.

_Disseram-me: _Você precisa vir conosco para uma diversão...

_O que pretendem meus amigos?Perguntei.

_Mude de roupa e breve saberá...

Essa resposta deixaram no ar.

Aprontei, saimos e no carro deles eu entrei.

Fui com eles à porta de um cemitério.

O que estamos fazendo aqui na frente da mansão dos mortos?

Indaquei já conhecendo o que pretendiam os meus amigos.

Pegaram uma máscara de um mostro de terror.

Enfim disseram assim: _Saia e fica lá na porta do cemitério...

_O que farei?

_O primeiro que passar você deve assustar...

_Por quê eu e não um de vocês?

Responderam todos juntos:

_Você é o único com coragem para ficar na escuridão vendo fogos

fátuos... e nós ficaremos mais adiante para ver o que ocorrerá...

Desci com a máscara e fui ficar onde me pediram para eu esconder.

Eis que depois de us minutos passou alguém que não me viu e

rompi o silêncio dizendo com voz espectral:

_Boa noite!

O homem levou um susto, olhou-me com o rosto aterrorizado,

saiu gritando de medo e correu como nunca antes em sua vida.

Logo a seguir uma mulher também por àquele lugar passou.

Assim a noite transcorreu com pessoas assustadas com a assom-

bração.

Eu sempre a frase repetia: _Boa noite!

Olhei para traz na porta do cemitério e vi uma figura estranha.

Ouvi uma voz carvernosa dizer:

_Boa noite!

Assustado, entrei correndo no fusca mais adiante dos meus amigos

lhes contei o que me aconteceu e eles riram para nunca mais vol-

tarmos na porta do cemitério.

(Na verdade, esse fato aconteceu comigo quando eu tinha vinte anos de idade.

Anos depois voltei ao cemitério para enterrar meu pai.)