KKKKKKKKKKKKKKK

Já ri muito em minha vida. Quando bebê, e minha mãe fazia: ô ninino lindo, cadê a "piloquinhaaaaa"... Na infância com as diversas brincadeiras, na adolescência, xiiii... lembro do primeiro porre, foi com catuaba. Ri tanto, parecia o um pinto no lixo! Já ri com humoristas, com mulheres gordas de bikini, com homens desengonçados e mau vestidos, com a família reunida em noite de natal,aqueles tios barrigudos e cheio de estórias.

As vezes até, já ri das desgraças dos outros... como dizia a insigne cronista, potiguar e amiga minha, Zélia Maria Freire: “pode-se até sorrir, mas as razões pelas quais se sorri são as mesmas pelas quais se chora”.

Pois Zélia, já fez as seguintes indagações: Quem de nós pode conter o riso diante de um semelhante empertigado a escorregar e ir ao chão?

Quem diz nós não ri de uma piada de marido traído?

Quem de nós não ri de uma caracterização cômica expondo o desvio sexual de um nosso semelhante?

Quem de nós não ri da miséria explorada de forma humorística?

Quem de nós não ri das piadas irreverentes sobre os nossos homens públicos?

O bêbado nos faz ri, a velhice camuflada provoca o riso, os loucos idem..

E já ri de tudo isso!

(Zélia em, somos ou não somos diabólicos?)

E digo prá vocês...Já ri sim de “tragédias”, o riso é espontâneo! A gente não pede pra ri. O que não justifica! Tens razão Zélia quando indagastes: somos ou não somos diabólicos?

Ah...mas esqueçamos os risos que ri errando. Aqui falo dos que ri acertando.

Agora, nunca ri tanto como ri uma vez que estive internado no hospital!

Ao chegar lá, todo triste e com um pavor danado, um cara lá veio e perguntou:

- o que tevês moço?

Eu disse...

- capotei 9 vezes num carro!

Ele aplaudiu e disse:

- parabéns... – fiquei irado – mas daí, ele falou:

- Dê três pulinhos de alegria. Estás vivo! Logo ri... rsrsrsrsrsrsr

O cara era uma alegria só. Fomos nos enturmando. Não deu outra, era risos, jogos, músicas...

Na enfermaria ao lado, o quarto das mulheres. E era uma alegria só. Tinha uma que tanto ria de dia como peidava e roncava a noite!

Claro, não deixava de haver momentos angustiantes. Mas, no mais e sempre mais era kkk...

O cara lá, o animador, foi embora, mesmo tendo remarcado a cirurgia, prá dois meses seguintes, mas saiu rindo! Alegre de está vivo...

Daí que chegou um cara, o mais grave que aparecera na enfermaria, chegou triste, desolado, ah... Mas logo pusemos uma música – isso é fantástico, o balão mágico,e tudo fica bem mais divertido -, mandamos ele voltar a infância, ah... com menos de 24 horas, ele já era o mais gaiato do hospital.

Como disse, não faltou momentos de angustia, de indignação. Xi... A administração do hospital e a sopa, sopa, ai... ai... ai... , sem falar das injeções! Ah... Era compensada pelas estórias, que mais pareciam causos, e a extroversão dos enfermos.

Vi que a alegria cura, no mínimo ,anestesia! Constatei o mais corriqueiro dos clichês:

“ Rir é o melhor remédio”.

Constatei que doentes são mais alegres que médicos. E olhe que eles curam! Estes, vinham com cada cara de cururu...

Enquanto isso, eu, Chagas, Zé Roberto, Zé pereira, Paulo e a moça peidona do quarto ao lado – será que eu também não peidava alto ao dormir? Poderia ser efeito colateral das risadas -, ah...deixa prá lá... enquanto isso:

KKKKKKKKKKKKKKKKKKKK ...

Manel Clélio (Kekel)
Enviado por Manel Clélio (Kekel) em 24/08/2008
Reeditado em 01/04/2010
Código do texto: T1144329