A Lua

Hoje a Lua me disse. Me disse tantas coisas que nem sei mais por onde começar a contar. Também nem sou capaz de dizer se sou capaz de contar. Disse coisas compreensíveis somente ao coração e à alma, não à mente, como estamos acostumados. Disse coisas que me fizeram parar e refletir.

Disse até que não vale à pena entristecer. Ela mesma volta para apagar as más memórias quando chegar a hora certa. Ela me disse que o coração nem sempre entra em sintonia com a mente, mas que não há nada que se possa fazer por enquanto, já que o tempo é o melhor remédio.

Disse que eu devo aceitar isso com calma e compreensão. Disse que nem tudo é o que parece, e que é graças aos momentos de maior fragilidade que a gente se torna forte pra enfrentar a vida. Falou sobre o céu, sobre a terra, sobre a vida, sobre o ensaio que vivemos, deixando de lado todas as reais oportunidades que temos de sermos, simplesmente.

Disse até sobre o Amor. Disse que ele é estranho, que ele confunde, mas que ele também passa. Afinal, ele ainda não é o que parece. Disse que a vida passa a uma velocidade que quase não conseguimos acompanhar, e nisso, parou e me acompanhou em uma xícara de chá.

Disse que somos como ela. Minguantes, crescentes, cheios e invisíveis. A diferença, é que somos isso tudo ao mesmo tempo, enquanto ela, Lua sabida, é um de cada fez. Aproveita cada fase. Vive cada uma delas conforme pode. Não se preocupa em adiantar ou atrasar o tempo.

Disse que nós somos os seres mais estranhos que conhece. Não se conforma em pensar que muitas vezes, não somos capazes de aceitar que Ela nos diz, que nos ensina. O que importa, é que hoje Ela me disse. E disse, além de tudo, que não vê a hora de dizer também a você. De dizer tantas verdades e partilhar com você seu tempo infinito.