OS LIMITES DA IDENTIDADE

Há algo de inevitavelmente limitado em todas as nossas considerações sobre as coisas. Algo que pressupõe a maior ou menor “eficácia” de nosso auto sentimento de mundo nas constâncias e variações do ato de viver.

Falar sobre tal limitação é perceber também a pequenez de nosso mínimo universo vivido frente à vastidão do mundo que nos cerca e suas possibilidades e diversidades infinitas. Nesse sentido, a limitação é uma condição ontológica da própria individualidade, algo incontornável.

Admitir nossos limites, ou nosso limite ontológico frente à vastidão que nos cerca e da qual raramente nos damos conta em toda a sua complexidade, é um verdadeiro e amargo desafio cuja única finalidade é a plena consciência do que não somos, das imprecisões de nossas auto representações.

Cada um de nós é um quase nada de mundo... vislumbrando em tudo uma oportunidade de laica transcendência. Não se trata absolutamente de preservar a mera auto- estima, mas de nos levarmos mais a sério do que deveriamos.

Carlos Pereira Junior
Enviado por Carlos Pereira Junior em 22/08/2008
Código do texto: T1140831
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