Das diversas formas de se medir a coisa toda (EUA nas olimpíadas).
Mais uma vez, numa louvável demonstração de democracia ao resto do mundo, nossos queridos vizinhos estadunidenses mostraram que, ao contrário do que muitos imaginam, lutam por um mundo com mais justiça e menos preconceito.
O comitê olímpico internacional, numa clara tentativa de favorecer as delegações de certos países em detrimento de outros, insiste numa contagem de medalhas que beira os limiares do absurdo: De forma cínica e sem propósito, considera apenas a quantidade de medalhas de ouro, a fim de classificar os resultados gerais de cada país durante as olimpíadas.
Porém, como todos nós sabemos, o espírito olímpico abrange muito mais do que uma simples medalha dourada. Ah, sim! O espírito olímpico é muito mais do que um mísero pedaço de ouro!
O próprio pódio olímpico, que suporta três atletas em diferentes níveis, deveria ser terminantemente abolido. É, sem a menor sombra de dúvida, uma invenção preconceituosa. Porque um atleta deveria ficar mais alto do que os demais? Um grande preconceito, claro!!
Aliás, e os demais competidores, que não conseguiram se classificar entre os três primeiros, como ficam? Porque estes não devem ganham medalhas também? Só porque não venceram? Mas e o espírito olímpico, como fica?
Desta forma, sugiro acabarmos de vez com todo esse exercício de preconceito e segregação, e premiarmos, já de antemão, todos os atletas de forma igualitária. Neste caso, nem seria necessária qualquer tipo de disputa, e as olimpíadas poderiam se resumir a um belo espetáculo de abertura, e, no nos demais dias, uma grande confraternização entre todos esportistas. Regada a muita cerveja, claro.
Ao final do evento, todos se consagrariam campeões, e, fora uma ou outra ressaca violenta, todos voltariam felizes pra casa.
E foi por este motivo que, de forma assaz democrática, os principais sítios estadunidenses relacionados a esportes (chequei ESPN, AOL, YAHOO, TIMES e NBC) estão montando o ranking de medalhistas levando-se em conta a quantidade total de medalhas, sejam elas quais forem.
Assim, por nada mais do que uma incrível coincidência, os Estados Unidos da América, esse gigante do mundo dos esportes, encontra-se em primeiro lugar (number one, buddy!) na contagem geral, ao menos na modalidade “medalhas genéricas”.
A China, essa inescrupulosa nação que almeja vencer a qualquer preço, seja lá quais forem os golpes sujos que precisem para tanto, encontra-se num humilde segundo lugar, com míseras 76 medalhas, enquanto os EUA seguem com fantásticas 79 medalhas (and counting), completamente isolados em um primeiro lugar, até que se prove o contrário.
Porém, o pessoal da COI, assim como todos os demais lunáticos não-estadunidenses do resto (frise-se “resto”) do mundo, de forma desesperada e cínica, insiste em fazer a contagem da forma mais grotesca possível: Contando-se apenas os vencedores de cada modalidade. Sinceramente, não há como entender um contra-senso desta magnitude.
Podemos facilmente perceber que esse tipo de raciocínio não faz o menor sentido: Afinal, se esta contagem estivesse realmente correta, a China estaria vencendo as olimpíadas com 43 medalhas de ouro, contra paupérrimas 26 douradinhas estadunidenses, o que contrariaria qualquer tipo de lógica.
Assim, só nos cabe aqui, em solidariedade à maior e melhor democracia do planeta, tecer ainda mais elogios ao método estadunidense de contagem de medalhas, que, ao contrário dos outros métodos, não vê diferença entre ouro, prata, bronze, aço inoxidável, latão, alumínio, bife do RU, ou qualquer outro tipo de metal.
Afinal de contas, metal é metal, não é verdade? Segregá-los por quê? Por míseras diferenças na cor? Ah, não! Certamente isso não seria o politicamente correto a se fazer.
Que fique aqui então registrado, o meu apoio incondicional aos estadunidenses, estes grandes campeões!
Afinal de contas, se não der pra ganhar na trucada, que seja na contagem de pontos... Mas perder não pode não, que ta valendo uma grade!