EM BUSCA DA VARA PERDIDA

Como deve ser irritante e chato uma pessoa que se prepara durante quatro anos para um desafio e quando é chegada à hora da prova, vê que seu material de trabalho simplesmente sumiu, desapareceu, escafedeu-se, “mórreu”...!

Fabiana Murer, uma das nossas poucas e raras promessas de medalha, ficou quatro anos sofrendo entre as preparações físicas, técnicas e correndo atrás do minguado patrocínio, na hora que iria disputar a prova, zapt, alacadabra, pé de cabra, sumiu a vara.

Os chineses, para não perder a pose de responsáveis, pediram desculpas formais e informaram que abriram uma investigação para elucidarem o que de fato aconteceu e nada mais!

Para os chineses, se a vara sumiu ou se quebrou, não é problema deles; seria um problema chinês se a vara invisível fosse de uma chinesinha de cara feia; neste caso, estaria a polícia, o exército, marinha e aeronáutica da China, batendo em 1 milhão de pessoas, matando 150 monges budistas e oficiando nos meios de comunicações estatais: “Se a vara não aparecer em 15 segundo, o pau vai comer no centro.”

Sobre o caso da vara da brasileira, como sempre, ninguém viu nada e ninguém tem autorização do Partido Comunista para falar nada, nem mesmo o COMITÊ OLÍMPICO INTERNACIONAL falou oficialmente sobre o caso, pela razão simples: Na china, quem pode falar é só o Governo!

Não me surpreenderia também se a organização estatal da China oferecesse a brasileira uma vara paraguaia, feita de palitos de picolés colados com cola branca de uso escolar (tipo tenaz).

Prejuízo mesmo foi o da brasileira que mesmo com varas sobressalentes, adquiridas as pressas pelos seus companheiros, perdeu a concentração (nem podia tê-la) e a prova. A vara só foi encontrada dois dias depois da prova, na Vila Olímpica, perdida num canto qualquer a espera de uma mão que a conduzisse; agora, eu só não escrevo onde eles deveriam por a vara, para não ser deselegante e pornográfico.

Carlos Henrique Mascarenhas Pires

Site do autor: www.irregular.com.br