A justiça dos homens
Lembre-se de seus desafetos e pense... Você gostaria que eles fossem “punidos”? Essa questão pode ser vista de várias maneiras. Certamente, tratá-las juridicamente seria o mais sensato, mas não encerra a questão porque mesmo nesse âmbito, muitos casos considerados crimes pelo senso comum não obtêm clareza ao serem examinados sob a luz da lei. Muito menos então o será através do mero sentimento de injustiça que possa permear os corações e mentes das “vítimas”. Esse assunto tem aparecido nos noticiários nos mais diversos seguimentos das atividades humanas. Recentemente, nas olimpíadas, quando atletas se sentem prejudicados em seus resultados pela organização do evento. Varas que desaparecem (salto com vara) prejudicando a saltadora, medalhas jogadas ao chão por atleta que se sentiu injustiçado com o resultado apertado, nadadores insatisfeitos com a detecção do momento do toque na parede da piscina... Isto não nos faz esquecer o corredor que foi abruptamente interrompido em sua maratona na Grécia Há 4 anos... Mas nem só de olimpíadas vive o sentimento de injustiça: no nosso país anda se cristalizando uma onda de clamor por justiça aos torturados e mortos da ditadura militar. O assunto é delicado por insinuar um retorno do clima desconfortável de uma época que permanece na memória dos envolvidos, com uns querendo que permaneça sepultada e outros que retorne como reparação devida. O fato é que nenhum desses assuntos importantes, sobretudo para as pessoas que mantêm o interesse de ver elucidado o que lhes afeta não deve ser os únicos a serem abordados pela imprensa ou estudados pelos especialistas. Existe uma realidade clamando pela cidadania, pela justiça, pela legalidade, com jurisprudência e, portanto com a devida clareza, explodindo de clamor no seio da sociedade.