TRIÂNGULO AMOROSO.
Era um cortiço, próximo à minha casa.
Dois barracos, um de frente para o outro.
O cara morava com a mulher em um e a amante no outro.
Chegava pro almoço e levava uma coça da mulher.
Apanhava todo o dia e no fim comia a vizinha.
Quando a mulher descobriu, passou a bater no marido com um pedaço de pau e o pau comia, na casa dele e na da vizinha.
O cara dava com o pau e com o outro levava a paulada que na outra ele dava e na de casa já não dava não.
E o grito do coitado chegava lá em casa.
Era macho frouxo, também gostava de apanhar.
E esse triângulo amoroso durou muitos anos.
O pau de carne e o pau de madeira dando no couro a semana inteira.
Cada um dos três satisfeitos com o seu papel.