Sonhos e outras luas
Sonhos e outras luas
Se o tempo pudesse voltar, traria momentos maravilhosos e também desagradáveis. A vida é alimentada de sonhos e bem pior se não o fosse: sonhos de amor, sonhos sociais, individuais e coletivos, que poderão ser realizados ou não gerando felicidade ou frustrações!
Quão belos os sonhos de amor, as fantasias inefáveis que perpassam nossas almas, o encantamento do outro, a troca de afetos, a paixão, o amor, o apego - mas de repente, não mais que de repente, são destruídos aqueles sonhos friamente - o sentimento de falência diante de um sentimento alimentado, deixa o ser humano tão pequenino, soterrado. Tão importante o sonho e tão nociva a sua morte. Apodera-se do ser humano então, a angústia, a depressão, que podem ser irreversíveis. Tantas clínicas, institutos psiquiátricos, consultórios de analistas, hospitais, C.V.V. Samaritanos, centros espíritas, e outros do gênero, estão repletos de pessoas cujo sonho foi destruído.
Quão bom se todos fossem reais, autênticos! Se cada um fizesse bem a sua parte em prol de si e principalmente do outro, sem traições, sem segundas intenções. Sonhar, trilhar sua meta, mas sem atropelar ninguém, sem destruição dos sonhos de outrem. Compreender que não estamos aqui, só para satisfazer nossos próprios desejos narcisísticos, individualistas, mesquinhos, mas para ouvir, ajudar o outro, soerguê-lo, acolhê-lo - pois por mais que o ser humano seja desprezível, há dentro dele, alguma reserva de valor que deve ser respeitada e que, com certeza, a própria sociedade e o Estado teve a sua parcela de responsabilidade, no descaminho, na marginalização daquele ser humano.
O devir é uma incógnita. Haverá destino? Ou o livre arbítrio nos leva a palmilhar caminhos previamente, supostamente possíveis? - neste mundo de incertezas, desapontamentos, decepções, as coisas tão escorregadias, de valores tão fugazes, no qual as pessoas se robotizam, vestindo-se de um consumismo tão voraz, que ficam à mercê de casuísmos hipòcritamente consentidos. - Dá-se uma epidemia, num círculo vicioso de competições e imitações, cujos valores giram em torno do “ter” e não do “ser”.
A vida está tão complicada, tão cheia de surpresas (agradáveis e desagradáveis), enfim bela! mas estamos perdendo-a de diversas formas. Sofregamente no dia a dia, batalha-se o pão, outros roubam o pão, outros negam o pão. Tão simples todos terem o pão. Seria uma questão de divisão igualitária de pães, conforme as fomes!
São tantas dúvidas que permeiam nossas existências e neste cepticismo, ignoramos, arquivamos nossos melhores sentimentos, nossos mais sólidos ideais e nossos sonhos maravilhosos. Por medo... comodismo... Na incerteza dos resultados, ficamos adiando e sucumbindo à interesses esdrúxulos, ante a nossa mais genuína realidade pessoal ou social.
O desprendimento humano trabalha em detrimento do egoísmo - este tanático, àquele libertador. Saindo da mesquinhez do eu, somos mais cósmicos, estaremos mais próximos do bem e da verdade universal - Seja Deus (dos cristãos, dos judeus, dos maometanos, dos chineses e de centenas de crenças espalhadas pelo planeta afora) ou outras forças maiores que impulsionam o eterno movimento dos seres.
Determinados acontecimentos marcam as vidas, nas quais atravessam várias fases, vários percalços. A caminhada é árdua, que muitos pensam até em desistir. Urge buscarmos dentro de nós, esta força e tentarmos superar os obstáculos e se nesta caminhada, contarmos com a ajuda do outro, será bem melhor.
Lá no âmago do coração e da mente nunca esquecemos as pessoas autênticas, corajosas, altruístas, justas e humanas. A inteligência afetiva é bem superior a inteligência friamente racional.