UMA ALEGORIA SOBRE O AMOR
Lembro-me, de repente, de texto escrito à minha moda,em fins de junho de 1990, a partir da leitura de historieta talvez chinesa, quem sabe árabe, ou hebraica...africana...não importa. Seu simbolismo permanece vivo, independente do tempo ou do lugar.
" Era uma vez uma princesa por quem se apaixonou certo plebeu extremamente pobre. Tantas e tantas tentativas ele fez para aproximar-se dela que, em certo momento, enfastiada, ela lhe propôs o seguinte: - Se durante 100 dias e 100 noites o senhor permanecer à espera, sentado à minha porta, debaixo da minha janela, sem fazer absolutamente nada a não ser esperar, na centésima noite abrirei a janela, a porta, e serei sua.
O homem concordou e começou a esperar, sentado na soleira da porta do palácio.Em vigília permanente, esperou. Sob sol escaldante e tempestades, esperou. Esperou, sob estrelas e sob noites de breu. Sob neve, esperou. Uma noite, um dia; dez noites, dez dias; cinqüenta noites, cinqüenta dias; noventa e nove noites, noventa e nove dias.O centésimo dia nasceu. Os ponteiros do tempo foram passando devagar. Quando a lua começou a surgir, no crepúsculo do centésimo dia, o homem se levantou, voltou-se para a janela ainda fechada, curvou-se profundamente diante da mesma e sem olhar para trás pôs-se a caminho, para longe, para sempre."