Reflexão politizada
Edson Gonçalves Ferreira
Estamos em pleno século XXI e, em Divinópolis e várias cidades pelo Brasil a fora, muita gente e muitos políticos ainda vivem nos moldes do início do século XIX!... Não se espantem, talvez seja até nos moldes do século XVIII, praticando a política de compadre e comadre, toma um abraço e me dá um voto! Várias cidades não têm todas ruas com esgoto, água e luz. Enquanto isso, a plataforma de certos políticos está voltada para outros projetos que dão mais votos, porque estão acima da terra. Esses projetos não contemplam algo essencial, mas futilidades, mas privilegiam obras que são visíveis e dão voto. E, depois, existe uma fala demagógica...
Os novos candidatos tanto para a próxima administração já chegaram e também para a Câmara. Nós preferimos que, na Câmara, sejam eleitas mulheres em todo o Brasil, porque elas têm o sexto sentido que, quem sabe, norteará suas ações melhor. Na prefeitura municipal, teremos que contentar com a frase: “Quem viver verá”. Enquanto isso, temos que escolher um candidato. Achamos que o melhor critério é escolher aquele que não pensa em si, mas na comunidade como um todo. Sim, porque todo continuísmo cheira a ditadura ou império e estamos, pelo menos teoricamente, numa república não é?
O candidato ideal é aquele que quer beneficiar a cidade não com projetos mirabolantes, quixotescos, mas aquele que, pisando o chão, saiba que é necessário investir no tratamento do esgoto, na recuperação do rio, aqui na minha cidade, no rio Itapecerica, no salvamento da lagoa da Sidil, na pavimentação de ruas nos bairros para que o mais humilde trabalhador tenha dignidade de poder pegar um lotação, na sua rua, para ir trabalhar. Sim, porque a maioria dos políticos só quer fazer obra que seja visível, tipo faraônica, sem se importar com o dia de amanhã.
O Brasil dos marajás, que tanto foi falado na época de Collor, continua... Infelizmente, continua! Podemos notar que nenhuma das falcatruas que estouraram em âmbito nacional, envolvendo corrupção no Governo Federal, no Planalto, foram, de fato, apuradas. Tudo terminou em pizza, porque em outra iguaria seria muito elegante para esse país maravilhoso, mas maculado por alguns políticos que só pensam em se beneficiar depois de eleitos.
Sim, antes de votar, lembre-se de que o político que, hoje, lhe estende o braço para um abraço falso é aquele que, amanhã, não verá você. Sim, depois das eleições, tornamo-nos invisíveis para esses políticos de carreira. Precisamos abrir nossas mentes como eleitores, como as propagandas da televisão estão dizendo, mas que ninguém, geralmente, vê ou escuta. Que nossos sentidos (olfato, visão, paladar, tato, audição) fiquem mais atentos, porque, depois, quando as eleições passarem, quem tiver escolhido errado, vai se lamentar por quatro anos.
Divinópolis, 17.08.08