É ouro?
Lembro-me da escola primaria, onde eu era obrigado jogar futebol ou vôlei, embora não jogasse nada em nenhum dos dois, no primeiro por falta de habilidade e no segundo, pela ausência de altura. Eu me saia melhor nos cem metros rasos, ou corridas de media duração, cheguei a competir numa rústica aos quatorze anos, de 3.200 metros, cheguei em oitavo, e poderia render bem mais, mas na segunda vez, terminei a prova em 20º, com problema nos joelhos, que me perseguem até hoje, e só (tento) jogar futebol de salão ou sete, igual a um robô, cheio de proteção.
Nenhum professor, não por culpa deles obviamente, investiram no que eu tinha de melhor esportivamente falando, meu colega, recebeu um pouco mais de incentivo em treinamento e foi um pouco mais longe, mas parou logo ali na frente. Então nada mais normal que nossos atletas cheguem nas olimpíadas e já sejam vencedores pessoais, pois levar um atleta numa competição, e reclamar pelo fato da criatura chegar em ultimo, declarando uma derrota degradante de um país com a dimensão do nosso.
Nem se compara, mas façamos um paralelo, a Alemanha, sexta colocada no quadro de medalhas em Atenas, quatorze de ouro com 452 atletas,e o Brasil, décimo sexto, cinco de ouro com 247 atletas. Ou seja, relação, cerca de um atleta olímpico em cada 183 mil habitantes, na Alemanha, e um atleta em cada 730 mil Brasileiros. Ainda temos que contabilizar a medalha de ouro do Cielo, na conta dos americanos, já que ele treina nos EUA, pior que nossos atletas tendo que sair do País, e ver governo e empresas, colocarem anúncios e verbas meses antes das olimpíadas. Um conhecido narrador, ficou três horas gritando como se o mundo estivesse resumido numa medalha. Se Michael Phelps, fosse brasileiro, seria no máximo, salva-vidas de um clube de verão.