...TODAS AS PROMESSAS QUE FIZEMOS...

É estranho. Ainda é uma canção qualquer mas a toda audição a sensação é de que estou escutando uma música que faz parte da minha vida. Bar comum em uma cidade do interior de São Paulo e mesa cheia de pessoas para tomar cerveja e jogar conversa fora. De repente escuto meu nome e um rosto mais que conhecido se ilumina num palco feito as pressas para canções demorarem mais que o suficiente para se imortalizarem numa noite perdida... Ela cantou e dedicou uma canção em especial, ela mentiu da forma mais bonita que alguém poderia mentir, e toda essa mistura de melodias, palavras e conflitos internos confundiu olhos mais atentos de quem não entendia muito bem o que estava acontecendo. Em outras palavras ela disse que eu era tudo o que ela precisava, em outros olhares eu disse que compreendia o que ela sugeria mas que a vida era impossível dentro da pirâmide que pretendia se formar. Tanto tempo que não nos encontrávamos e tudo não passou de minutos, segundos esses que mostraram que tudo foi realmente superado, e que a dor ainda existe, mas agora sob a sua real face, a do amor. Aquela música não foi capaz de alimentar a loucura, mas me fez ter certeza de que todo o tempo que dediquei àquela vida foi válido, foi bonito, e que o amor é possível sim, mesmo na ausência dos corpos. A promessa que fizemos a tanto tempo atrás está sendo rigorosamente cumprida.

"...a river in a time of dryness

a harbour in the tempest

all the promises we make

from the cradle to the grave

when all i want is you..." U2