O VAZIO DO DIA
Há dias que merecem apenas a saudação de um bocejo; dias previsíveis e definidos pela fatalidade serena do acontecer das rotinas; dias que nada nos dizem e contra os quais nos debatemos evadindo em devaneios para algum passado distante, alguma alegria inteiramente perdida, mas que nos habita intensamente como o fantasma de possibilidades felizes em sonhos de futuro. De muitas maneiras somos moldados por essas ingênuas fantasias enquanto percorremos a contra gosto nossos desertos cotidiano.
Todo ato de pensamento é uma manifestação do porvir, do infinito movimento ou mutação permanente que nos faz de algum modo existir contra a inércia dos fatos.