Simpatia
Há anos meu dentista era o doutor Otávio. O que eu mais admirava nele, além da competência profissional, era a alegria e disposição para atender as pessoas. Sempre dava um jeito de arrumar um horário para atender as emergências e para ele tudo parecia fácil, tranqüilo.
Depois, passei um tempo sem consultá-lo. Agora retornei e ele continua trabalhando da mesma forma, mas tem como parceira a filha, que é dentista também. A doutora Fernanda.
Como estou fazendo uma reforma geral no meu sorriso ele me indicou a filha, que segundo ele, está mais bem preparada, atualizada com novas técnicas e materiais.
No início fique com receio, não pela idade ou pelo tempo de formada,
mas por ser uma menina que quase peguei no colo. É estranho ver os mais jovens crescidos e cuidando da gente. Acho que fiquei envergonhada.
Mas assim que conversamos e que iniciei meu tratamento, fui ficando a vontade.Ela é muito parecida com o pai, bem humorada, atenciosa. Herdou a simpatia do pai.
Melhorada, é claro.
Isso me fez lembrar um amigo que tem um dentista que é muito chato,
mau humorado. Ele continua consultando com ele apenas pela competência, pela capacidade profissional. Minha vizinha também tem um médico que é estúpido e que ela mantém só porque ele acerta no diagnóstico.
Concordo que só simpatia não resolve. Mas como alguém pode chamar uma pessoa assim de “meu médico” ou “meu dentista”? Só podemos denominar desta maneira, profissionais que para nós são únicos, que nos tratam como o paciente mais importante.
A simpatia é o tempero das pessoas.