Grandes Mulheres

Honestamente, eu já não consigo entender e tampouco respirar quando ligo a TV, fazendo uso da simplória TV aberta.

Não vou dizer que espero grandes programas culturais, até por que existe a TV Cultura para isso, e diga-se de passagem é deliciosa, mas já não sei o que esperar, além de entreterimento, tenho vivido tempos de "embabacamento", se é que isso não é eufemismo para não dizer que vivo uma fase de atrofiamento intelectual. E pior do que isso, repulguinância ao bom senso.

Falarei do que chama a atenção, do que diverte. Mulheres! Sempre elas, lindas, exuberantes, expostas, delicadas.

-Delicadas?

Não sei onde, ou quando, aliás até sei, talvez no século passado, em seus meados, pois depois, passaram por revoluções loucas e o caminho que traçaram foi bem proveitoso, pois como podemos ver, mulheres foram reduzidas a frutas. Ou deveria dizer que as frutas, que sempre estiveram lá, saborosas, cumprindo seu papel na tabela alimentícia, sendo-nos saudável, é que foram reduzidas a mulheres?

Cabe à vocês pensar!

Vivemos a moda do exagero, e tudo que é demais, é mais do que bom, e faz ganhar dinheiro, e hoje em dia quem não quer dinheiro?

Voilá!

Surgem as mulheres de peito!

E as mulheres de bunda!

E na tv, estão as de Bunda, tremendo o corpo inteiro, dentro daquele extremo exagero, quanta gostosura, flácidos ficam os pintos indefesos.

E após elas, no canal posterior, e no anterior também, competem por audiência, aquelas que passaram por mais cirurgias e conquistaram sua credencial de S.S (Super-Siliconadas, uma liga, interessante a qual abordarei em outras ocasiões). E não vou dizer que elas se afogam em seus peitos, e nem que afogariam qualquer um que se permitisse entrar naquele espaço, pois diante de todos, na telinha, vemos, bolinhas, bolas e bolões, alguns até se parecem com bolas de voley, que mal se mexem, e se aproximam do queixo da bealdade.

E esta mesma "S.S" fala toda garbosa o quanto é delicioso, não conseguir colocar um sapato, ou deitar-se de bruço. Tranformando, coisas tão simples, em grandes obstáculos, em um mesa de cirurgia, para ter um pouco mais de audiência. E a ciência, também deve ter ficado em algum lugar, junto com o bom-senso, pois achar natural acordar no meio da noite com falta de ar, asfixiada em tanto silicone, é ainda mais bizarro do que os "pequenos" tamanhos.

Ccom certeza digo, deve ter havido, erro médico, pois além de dar-lhes exageros lindos, duros e imóveis as suas bolas de silicone. Tiraram-lhe o cérebro, ou deve ter escorrido, por alguma fenda feita para a incisão e ninguém, de tão grande que era o percebeu escorrendo.

E se percebessem diriam, de nada serviria, afinal: Ela já têm peito!

E vou trocando de canal, buscando inspiração, ou apenas diversão, mas confesso, que não me divirto vendo peitos imóveis e bundas que ficam em constante terremoto.

E se tiver que ser assim, para estas eu imploro:

- Sejam apenas. Peito e bunda.

Por que até onde eu sei, frutas não falam não e escutá-las, é tão saboroso quando jiló.

Para não parecer despeito, da literalmente despeitada e desbundada.

Opto por um livro, talvez Clarice, que sendo mulher como eu, como nós, e como as frutas, imagino que diria:

"A liberdade já não é mais um segredo, para ser livre é preciso ter peito ou bunda."

(A paixão segundo S.S)

Seria um clássico não concordam?