LEITURAS DE MINHA INFÂNCIA

Não sei direito como as crianças se divertem hoje, o que fazerm, o que lêem quando não estão na frente da televisão ou do computador.

Quando aprendi as primeiras letras, a maior diversão era trocar gibis com os colegas. Não eram tão abundantes, mas havia para todos os gostos. Creio que Mickey, Pateta, Pato Donald, Gastão e outros eram os preferidos. Contudo, havia as peripécias de Cebolinha e Luluzinha também. Quem gostasse de aventuras havia Batman, Superman, Tarzan ou os inúmeros faroestes.

Para os mais “adultos” havia as fotonovelas. Em preto e branco, claro e cenas românticas discretas, palavras dos diálogos cuidadosamente escolhidas tais como: “Posso ousar te dar um beijo?”

Claro, haviam as revistas Cruzeiro, Realidade e mais tarde a Manchete. Atualmente, todas elas fazendo parte da história, ou de estórias como essa. Lembro-me particularmente da revista Cruzeiro que, na cobertura do concurso Miss Universo, trazia as fotos em traje de banho das candidatas. Claro, que o máximo que havia era o maiô do tipo “engana mamãe”, com as costas de fora. Digo que estas cenas me marcaram porque aconteceram logo no início da minha puberdade. Bem, bem, não entremos em detalhes.

Havia também as estampas nos sabonetes Eucalol, as propagandas muito artísticas da Cafiaspirina, as dores do Sofrenildo, aos domingos no Correio do Povo.

Mas eu gostava de rir sozinho ao ler as aventuras dos meus heróis infantis. Algumas coisas não me saem da memória, como a do Tio Patinhas abrindo a janela para respirar o ar “grátis” da manhã; Mickey e Pateta descendo a corredeira, com Mickey na frente comandando “esquerda, direita” e Pateta no leme pedindo calma porque estava atrasado duas esquerdas e uma direita; Do Pato Donald que foi se hospedar num hotel onde prometiam água corrente e vista para o mar. A água corrente era obtida com a inclinação da jarra e a vista era para “Omar Prado, Cabelereiro”.

Não sei se aqueles livros foram muito didáticos, mas despertaram em mim o gosto pela leitura. E guardo na memória estas doces lembranças que divido com vocês.

Luiz Lauschner
Enviado por Luiz Lauschner em 13/08/2008
Reeditado em 13/08/2008
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