AS GUERRAS NÃO PÁRAM...

Em plena época de festa olímpica, quando os holofotes do mundo iluminam a China com grandiosas facetas humanas, em torno do esporte, os homens brutos se digladiam em território hostil da Geórgia, onde o Presidente da Rússia Dimitri Medvedv comanda a ferro e fogo a presença de suas tropas no País vizinho, produzindo terror e dor para pessoas inocentes no território de Ossétia do Sul e na Geórgia, justificando sua investida como elo de acordo para a solução do conflito.

Tudo começou quando a própria Geórgia invadiu um território que estava sob a tutela da Rússia desde o ano de 1990; a Ossétia do Sul. Moscou reagiu e mandou tropas para o território da Geórgia.

Do outro lado do mundo - no continente Americano - como se fosse um mediador de excelente resultado, o Presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, critica a ação da Rússia e prega a paz, num paradoxal discurso, condenando a ação Russa e dizendo que é uma tentativa de “derrubar” o Presidente da Geórgia eleito democraticamente e falando em paz sem a guerra, como se isso fosse possível se o invasor fosse alguém ligado à terra do Tio Sam. No entanto, as notícias dão conta que foi o próprio Governo dos Estados Unidos que incentivou e patrocinou a invasão da Ossétia do Sul pela Geórgia. Essa região é motivo de conflitos idealistas e tanto Rússia como Geórgia disputam esse território, considerando ser uma região separatista que também quer autonomia, mas que a um bom tempo vem sofrendo influência da Rússia.

Surpreendentemente, o site da Globo noticia que o Presidente da Rússia - mesmo depois de desrespeitar o cessar fogo acordado com o Presidente da Geórgia Mikhail Saakashbilli – finalmente suspende os ataques militares à Geórgia – para buscar, doravante, uma operação diplomática para dirimir o conflito, em face da interferência do Presidente Francês, Nicolas Sarkozy que veio à Moscou para apaziguar a ira do Presidente Russo. Será que não é tarde para se chegar a essa conclusão de que a pendenga deve ser resolvida de uma forma menos dolorosa para os inocentes? Aliás, o povo da Geórgia está pegando carona na história mundial, tentando ao custo das próprias vidas alcançar resultados na disputa de um território numa luta desleal entre o Golias e o Gigante.

No entanto, o conflito parece estar longe de ser resolvido, primeiro porque tropas Russas invadiram muitos quilômetros da Geórgia e a presença militar em território inimigo é um pavio acesso para a discórdia. Aliás, o noticiário mundial informa que uma multidão de georgianos se reuniu hoje em frente ao Palácio governamental de seu País, em Tibsili, para exigir que o mundo se sensibilize para seus problemas, num franco protesto contra a ação Russa em seu território, no entanto, a notícia que se tem é que os aviões e tanques russos continuam a expelir fogo contra os lugares desprotegidos da Geórgia.

Por seu turno, o Presidente da Geórgia Mikhail SaaKashbilli continua a acusar a Rússia de todas os rastros de barbaridades que deixou em seu território e em discurso inflamado em rede de televisão, acusa o Presidente Russo de não cumprir o acordo de cessar-fogo e a população, por sua vez, inflamada pelos acontecimentos e pelas mortes ocasionadas pela invasão Russa, mostra-se disposta a resistir com todas as suas forças, gritando palavras de ordem, de que são corajosos o suficiente para enfrentar o inimigo e que não deixarão ficar manchada a honra do povo georgiano. Todas essas contingências de acontecimentos levam à idéia de que nada impedirá que os tanques e os aviões Russos continuem sua marcha de sangue.

Pelo que se sabe, felizmente, ou infelizmente, boa parte do povo georgiano abandonou suas cidades com medo de serem mortos. Assim, o caminho está sendo mais fácil para os tanques Russos. Sabe-se que quando as tropas Russas chegaram na cidade de Gori estava praticamente abandonada, cuja realidade demonstra que o conflito ainda está longe de uma solução diplomática, já que a guerra tem um transcurso iminente e quase irreversível.

O que fica evidente nisso tudo é que mais uma vez um conflito internacional vem marcado pela presença indireta do Governo dos Estados Unidos. Essa grande potência mundial vive a inspiração bélica do seu Comandante. Isso também ocorre aqui na América Latina, conforme se viu no recente conflito entre a Venezuela e a Colômbia.

Por essas e outras é que o mundo deve torcer e rezar para que o próximo Presidente da terra do Tio Sam seja o candidato democrata Barack Obama, pois a perspectiva de uma eleição de John McCain (Republicano) não mudará muito esse perfil bélico do seu Comandante.

Machadinho
Enviado por Machadinho em 12/08/2008
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