Uma chance para o coração
A vida tem andado muito ligeira. Corremos muito para alcançar seu ritmo acelerado e acabamos atropelando nossos pas-
sos nesse descompasso.
Nosso corpo corre na aceleração dos compromissos agendados. Mas o coração...ah! esse tem os passos miúdos.
Enquanto o corpo dá passadas largas, o coração suporta demoras e atrazos.
Vamos e voltamos sempre correndo a vários lugares, mas nosso coração pacientemente não sai do lugar.
Enquanto o corpo sai à procura de cada vez encontrar mais
coisas que o satisfaça, nem se importa se o coitadinho do coração
consegue acompanhá-lo nessa corrida frenética, pois cautelosamente
se guarda das experiências ruins pelas quais o corpo muitas vezes o fez passar.
Se o corpo cresce na pressa, o coração se fragiliza na calma.
A pressa obriga o corpo a deslizar na passarela da vida e seus aprendizados. E lá vamos nós os protagonistas entre eiras e beiras tentando nos desvencilhar dos acontecimentos infelizes, que muitas vezes inadvertidamente nós mesmo os procuramos.
E nosso coração quieto repousa na alma onde transborda paz.
O corpo é o parceiro incondicional da tecnologia e corre para descortinar novos horizontes. Confusas, as pessoas tentam encontrar na pressa uma maneira de serem como máquinas velozes e infalíveis.
E quando a encontram percebem que apesar de terem encontrado o
que procuravam, acabam vivendo sempre numa grande solidão.
Que tal darmos aos nossos corações uma chancezinha desobrigando-o de seguir a velocidade do corpo?
O coração pede cada vez mais paz e felicidade que o corpo ignora nesse infinito que é a nossa caminhada.
ysabella