Ao mendigo da Anhanguera
Ontem domingo, dia dos pais, dia êsse de alegria para todos que têm o pai vivo e de recordações e tristeza aos que o perderam.
Mas uma cena não me sai da cabeça desde a hora do almoço. Fico a meditar nela, tentando compreender porque a vida tem que ser assim.
Estávamos passando pela Rodovia Anhanguera em curta viagem e nosso automóvel, apesar de novo falhou um pouco. Diminuímos a velocidade, ficando na direita, coisa rara de acontecer a quem sempre vai pela esquerda em boa velocidade. Foi aí que ao passar num leve declive , eu o vi sentado à beira da pista, cabeça abaixada, segurando o queixo com as mãos, totalmente absorto como se o mundo não existisse. Era à primeira vista jovem ainda, pois tinha cabelos e barba bem pretos, maltrapilho ao extremo, pálido e muito magro.
Essa rápida visão ficou guardada em minha retina e acho que vai demorar a se apagar, pois veio até mim a lembrança de que por trás daquele ser humano ali abandonado, existiu um pai ou ainda existe.
Dezenas de perguntas sem resposta perturbam-me: Porque será que o rapaz chegou até esse estado de miséria? Foi abandonado ou fugiu e se largou na vida? Será que ninguém sabe onde está ou não teria mais família? Onde estaria seu pai e no que, talvez, esse pai teria falhado que levou o filho a tal estado?Será que foram vícios? Será que sendo criança apanhou tanto que fugiu e se perdeu pelos cantos do mundo?
Meu Deus, quantas perguntas sem resposta para uma simples visão de algo triste! Um ser humano largado ali, talvez faminto ao extremo que nem forças para pedir tinha mais ou também nem quisesse ajuda, tamanha a indiferença que aparentava. Estava num lugar onde difícilmente alguém iria parar e ajudá-lo. Além disso ele corria o risco de ser atropelado pois estava sentado muito perto do acostamento. No chão havia uma sacolinha velha e parecia vazia. Deveria estar ali há muito tempo, talvez já quase desmaiado pela fraqueza, talvez em lenta agonia...
Passamos por ele também, nada fizemos, foi tudo tão rápido, embora quisesse parar mais adiante e ir falar com ele não me deixaram, alegando ser arriscado.
Dia dos pais, festa e fartura em quase todos os lares mas o mendigo da Anhanguera porque nasceu? Onde estará ele agora? Talvez carregando os últimos momentos de uma alma e corpo sofridos.
Seria o nome dele :Jesus?
Ontem domingo, dia dos pais, dia êsse de alegria para todos que têm o pai vivo e de recordações e tristeza aos que o perderam.
Mas uma cena não me sai da cabeça desde a hora do almoço. Fico a meditar nela, tentando compreender porque a vida tem que ser assim.
Estávamos passando pela Rodovia Anhanguera em curta viagem e nosso automóvel, apesar de novo falhou um pouco. Diminuímos a velocidade, ficando na direita, coisa rara de acontecer a quem sempre vai pela esquerda em boa velocidade. Foi aí que ao passar num leve declive , eu o vi sentado à beira da pista, cabeça abaixada, segurando o queixo com as mãos, totalmente absorto como se o mundo não existisse. Era à primeira vista jovem ainda, pois tinha cabelos e barba bem pretos, maltrapilho ao extremo, pálido e muito magro.
Essa rápida visão ficou guardada em minha retina e acho que vai demorar a se apagar, pois veio até mim a lembrança de que por trás daquele ser humano ali abandonado, existiu um pai ou ainda existe.
Dezenas de perguntas sem resposta perturbam-me: Porque será que o rapaz chegou até esse estado de miséria? Foi abandonado ou fugiu e se largou na vida? Será que ninguém sabe onde está ou não teria mais família? Onde estaria seu pai e no que, talvez, esse pai teria falhado que levou o filho a tal estado?Será que foram vícios? Será que sendo criança apanhou tanto que fugiu e se perdeu pelos cantos do mundo?
Meu Deus, quantas perguntas sem resposta para uma simples visão de algo triste! Um ser humano largado ali, talvez faminto ao extremo que nem forças para pedir tinha mais ou também nem quisesse ajuda, tamanha a indiferença que aparentava. Estava num lugar onde difícilmente alguém iria parar e ajudá-lo. Além disso ele corria o risco de ser atropelado pois estava sentado muito perto do acostamento. No chão havia uma sacolinha velha e parecia vazia. Deveria estar ali há muito tempo, talvez já quase desmaiado pela fraqueza, talvez em lenta agonia...
Passamos por ele também, nada fizemos, foi tudo tão rápido, embora quisesse parar mais adiante e ir falar com ele não me deixaram, alegando ser arriscado.
Dia dos pais, festa e fartura em quase todos os lares mas o mendigo da Anhanguera porque nasceu? Onde estará ele agora? Talvez carregando os últimos momentos de uma alma e corpo sofridos.
Seria o nome dele :Jesus?
11/08/08 *Marilda*