É LENDO QUE A GENTE ENTENDE

Conselho do dia: vamos ler, pois segundo não sei quem, a pessoa que não que não lê não é dona de seu pensamento.

O momento é de euforia global e não se fala noutra coisa que não seja o sucesso comercial e financeira da China.. E ai acrescento: ainda bem que o século não e mais o VI a.C... e a China não é mais a de então. Imagine como era o comportamento do povo da nobreza chinesa: se o nobre não apreciasse a comida, mandava matar o cozinheiro; se um outro comprava uma espada experimentava a lâmina no pescoço de um súdito. Sinais grotescos de um tempo onde a grande maioria da população chinesa não tinha como se defender, nem a quem apelar e como se não bastasse tanta violência ainda eram obrigados a pagar extorsivos tributos que os deixavam na miséria.

De fato, o século não é mais o VI a.C, aqui não é a China e o dito popular ensina que... “cada terra tem seu uso, cada roca tem seu fuso”.Contudo, é lendo que a gente entende, compara e faz pensar que este ditado pode gerar controvérsia. A globalização, a proliferação dos costumes são mais antigos do que se pode imaginar. Pelo andar da carruagem as coisas continuam acontecendo aqui, acolá e na China. Vejamos:

Hoje, em algum lugar do Oriente, aquele que rouba tem uma mão cortada, se incidir no erro cortam-lhe a outra. Na Irlanda a intolerância entre católicos e protestantes os reportam aos reinados de Elizabeth II e da Rainha Vitória (1837/1901) onde a opressão colonial juntava-se ao ódio religioso (Irlanda Católica/Inglaterra protestante). A promiscuidade alimentada pelas drogas e pelas aberrações sexuais exibidas mundo afora nos lembra Sodoma. A fome, a miséria, o desrespeito à condição humana dos menos favorecidos retrata a antiga China. A violência, a bandidagem, os assaltos, nos transportam à época do desbravamento do velho oeste americano.

Então, indago: como seres humanos pensantes no que mudamos? Ta certo que evoluímos um pouco, aprendemos a lavar as mãos quando usamos o banheiro; o nosso presente de grego não é mais um “cavalo de Tróia”, mas sim um carro-bomba; já não usamos mais a clava nem a catapulta, aprendemos a fabricar umas bombinhas de efeito catastrófico capaz de destruir em poucas horas este mundo que Deus passou sete dias para fazer; já não vamos mais aos santuários atrás das sibilas encarregadas de dar conhecer, de graça, os oráculos do deus Apolo; agora, é só ligar para o 0300 e qual coisa, esperar uma hora escutando músicas entrecortadas de mensagens “divinas” pagando por minuto, que alguém do outro lado da linha se digne falar e lhe diga o óbvio ululante, lhe empurre a compra de um mapa astral e um livro de auto-ajuda. E o pior de toda esta história é que ainda rosnamos e afiamos as nossas garras quando encaramos de frente o nosso semelhante.

Realmente, "evoluimos" bastante. Acredite se quiser...

Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 11/08/2008
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