Meus Amores Impossíveis.


Meu primeiro amor platônico foi o Cabo Rusty, dono de Rim Tim Tim, seriado da TV que já assisti em reprise, pois acabei de descobrir no Google que a série era dos anos cinqüenta e só assisti no fim da outra década, portanto foi também a primeira paixão anacrônica. A série saiu do ar e quando voltou, eu havia crescido e o Cabo Rusty continuava pequeno. Que decepção! 

Dai passei a sonhar com Dom Diego De La Vega, o Zorro, enquanto me imaginava ser Bat Girl dando umas paqueradinhas com Batman. É dessa época também o meu amor por Thor, o filho de Odim, o rei do trovão. Ah, como me encantei pelo poderoso e grande Thor, com seus cabelos louros e compridos.

Também tive a minha fase de amores da televisão: Mário Cardoso e Eduardo Tornaghi foram amores da adolescência, na novela A Moreninha.

Bem, cresci e a vida real deu lugar a esses amores feitos de fantasia, porém  venerarava Chico Buarque de Holanda e me sentia a própria Carolina, sonhando na janela ser Marieta Severo. 

Adulta comecei outra fase anacrônica. Apaixonei-me por Honoré de Balzac, após ler sua obra e sua biografia. Recentemente criei coragem e escrevi uma carta para ele publicada no blog Perfil de Mulher e no Portal Comunique-se.

Ainda na máquina do tempo mergulhei na vida de um dos maiores atores de Hollywood. Um dos mais bonitos e mais polêmicos também. E dei início à minha fase Marlon Brando. Vi e li tudo sobre ele, que era um perigo para as mulheres. 

Brando usou e abusou do seu talento e da sua beleza. Teve uma vida  triste, mas conservou a dignidade e o talento. Foi ele quem me apresentou o atual homem-perigo, porém adorável e misterioso. Em Dom Juan de Marco, onde Marlon era ainda um charmoso terapeuta sessentão, passei a prestar mais atenção em Johnny Depp, o protagonista. 

Não passei incólume por Vinicius de Morais. Sempre gostei de seus poemas,de suas letras lindas e do seu jeito irreverente. Já conheci Vinicius mais velho e  foi lendo Meu Querido Poeta, compilação de suas cartas  por Ruy Castro, alguns anos depois da morte do poeta, que me dei conta do poder de sedução do poetinha, que amava intensamente e desamava facilmente.
 
Pois bem, eu amei e sofri com cada mulher que passou pela vida de Vinicius e entendi perfeitamente os seus versos “Que seja imortal posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure".Com Vinicius ía-se do céu ao inferno e devia doer para caramba o fim.

Hoje essas paixões duram o tempo de uma sessão de cinema ou da leitura de um livro.Meus sonhos estão bem mais perto da realidade. A gente amadurece e  os nossos sonhos de amor também.
Evelyne Furtado
Enviado por Evelyne Furtado em 11/08/2008
Reeditado em 11/08/2008
Código do texto: T1122414
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