O carteiro e a seta

- Obrigado, meu Povo! Muito obrigado!! - Esgoela-se o candidato Z por haver todo o País eliminado com n (?!) milhões de votos o candidato E.

Mas ainda restam, no improvisado plenário ( - Deixe ver...:), os candidatos A, A (que são gêmeos), P, D, V, G, L ( - Sem se contar obviamente com os de oposição, acredita-se:), a M, o S e o T!

Mas espere aí: Eu disse "todo o País"?! Ora, se eu mesmo não exerci este meu direito...

Vá lá! Fosse obrigatório o voto, exerceria! Como não, resolvi bater um violão com os amigos!

Além do quê, seria arriscado afirmar que o Brasil inteiro (ou o que se conhece) carrega Internet e porta celular...

Mas o que já tem de neguinho, a deixar de comprar arroz ou cumprir com a palavra só pra ir a um ciber café (que, de cafezinho, não tem nem o cheiro) pra clicar umas duzentas vezes, não tá no gibi!

Daqui a pouco, nem haverei de me admirar se houver um ligeiro êxodo rural ...pra que a outra parcela sinta-se, de certa maneira, inserida!

O problema é que a iniciativa de se chegar mais e mais à pessoa do cadidato não tem tido a receptividade de antes, apesar dos milhões de votos contabilizados (decerto, coisa da mídia, amigos, parentes e aderentes).

O porquê disso?! Muito simples: A maioria dos (con)finados não conseguia se acostumar às câmeras e pedia pra sair, afirmando - Vejam só! - que a família é a base de tudo; já alguns se diziam "coitados" e assim, obtinham mais votos pra não sair; já outros, macacos velhos, bem mais experientes no assunto, saíam dali direto para Bolly ou Hollywood. Choviam convites e diretores às portas da emissora! AH, uma outra parte dos candidatos, porém, destinava-se ao triste fim de aposentar-se em algumas outras que foram pioneiras nesta cousa de se lançar novelas mexicanas made in Brazil!

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O derradeiro, por fim, a deixar o plenário, já entra pra História, pois sai com a faixa presidencial, a desfilar, ovacionado pelo Povo, em alguma grande avenida ...assim como no Carnaval ou em felizes finais de Copa do Mundo - Vocês escolhem!

O problema, na realidade, segundo pesquisas, é que o brasileiro quer ver políticos bombados, apaixonados, polêmicos, bonitos...

E atores invadiram o plenário, deixando em paz - Graças a Deus! - as rádios e os meus ouvidos!!

É, mas daí, criou-se um efeito colateral surrealíssimo: Atores que fingem ser políticos que (não) fingem ser atores!

E até os cantores já estão arregalando os olhinhos pro negócio!

Arre, e já pensou?! A Federação nas mãos de um latino?!?

É auto-exílio, com certeza!!!

Pra onde iria?! Hm... Inglaterra, não! Acho que desceria pro Chile - Pues me gusta compôr en Portuñol!!

Ademais, tenho pra mim que jamais atinei com a TV:

- Eita, lição da porra! Tá vendo aí, meu filho?! - Entusiasmava-se, uma vez ou outra, meu pai, assistindo a uns enlatados norte-americanos.

Bom, eu dizia enfaticamente que "sim" com a minha cabecinha oca, mas não entendia patavina! Até alugava depois o filme em questão pra assistir e reassistir, escondido! Mas nada! Era inútil.

Devia ter, na época, uns sete, oito anos...

Mas pra se ter idéia, o mesmo filme, ainda hoje, não me diz absolutamente nada!

Ah, porém, gostava de ver (com meu pai) os filmes do Elvis e do Bruce Lee! Rendiam-me, além de canções e assobios (dele), e os toques de defesa pessoal (também dele), sobretudo, a linda visão da mulheres do Hawaii!

Hunf! Talvez, por isso, nunca tenha atinado direito com a TV(..).

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E com o Povo, sobre os políticos!

a 02-04-07