Economia x Inflação

Somos, sim, uma economia aberta, modernizando-se a cada dia e, portanto, sujeita às intempéries do mercado mundial. A inflação em alta é ainda mais preocupante para nós, porque seu comportamento não depende apenas de nós, mas do mundo como um todo. É claro que, se fizermos bem feito o dever de casa, seus estragos serão mais diluídos e, conseqüentemente, suportáveis.

Que há escrevinhadores econômicos prolixos que saem por aí fazendo apologia ao caos econômico e pondo medo na sociedade, há mesmo, mas como evitá-los? Difícil. O que a sociedade precisa mesmo é de evitar o supérfluo, o desperdício, quando for às compras. Poupar é saudável e muito bem-vindo. A gastança desnecessária é um fator alimentador da inflação. O país necessita de reservas financeiras para dar sustentação ao seu próprio desenvolvimento econômico. Mas, até para se poupar, não nos é correto agir com exageros. A economia precisa permanecer crescendo e, com poucas vendas, ela adoece e pode produzir mais mal ainda.

Arrepio-me ao lembrar-me dos anos fatídicos em nossa economia, quando a inflação galopante alimentava, à época, o famoso “over night”. Quase tombamos de vez quando os juros ultrapassaram a casa dos 70% ao mês. O pobre não podia comprar, e os ricos preferiam aplicar seus dinheiros na famigerada ciranda financeira dos bancos e seus congêneres. Nunca mais! Essa fase de nossa economia foi podre demais para que possa ser hoje recrudescida entre nós. Estamos preparando uma economia nova, sustentável, racional, muito embora excessivamente dependente do resto do planeta. Fazer o quê? A globalização é a responsável por essa econômica interdependência. E, repito, por sermos uma economia aberta, estaremos sempre à mercê dela. Talvez resignarmos a esses males possíveis nos seja um impróprio proceder. Devemos mesmo é poupar, vender cada vez mais para fora do país e mudar os hábitos malfazejos de gastança e desperdícios.

O Banco Central esta aí avisando preocupado que a inflação não é problema de terapêutica adiável. Elevou os juros anuais para o patamar de 13% e demonstra disposição de enfrentá-la sem tréguas. Isso é bom e dar maior segurança à sociedade que, ainda espantada com o fantasma do passado, espera um jogo duro contra a inflação. A sociedade brasileira já está por demais sacrificada com o pagamento de imposto de renda, juros altos e salários baixos. A classe média, achatada, está à beira de descer a patamares inda menores e, os pobres, com o receio real de em pouco tempo serem inquilinos da miséria. O caminho a seguir não será esse se cada um de nós fizer a sua parte no contexto global. Produzir bastante é saudável; comprar apenas o necessário e endividar-se o quanto menos, melhor. A inflação pode ser controlada e debelada se tais caminhos forem seguidos por cada um de nós!