UMA NOVIDADE...
TIK, TAK, TIK, TAK, TIK, TIK, TIK.... Hoje é dia de pensar em mim: no que sei, do que gosto, mas, principalmente, no que eu sou e em como tenho jogado o jogo da vida. Hoje é dia de pensar!!!
25/07/2008, um dia diferente dos outros, pois não é todo dia que você acorda e descobre que tem uma doença crônica, auto-imune (até o nome é medonho). Cai uma ficha que deixa você meio atônita e com vontade de pensar, pensar na vida. Hoje é o dia do medo, medo de parar, de olhar no fundo, de sofrer mais ainda, de não conseguir... “O medo é uma chave que apaga a vida, que impede de andar”.
Mas também é um daqueles dias em que a gente se descobre mais humana que antes, menos eterna, com menos dias pra usufruir, menos tempo pra desperdiçar, com mais pressa: TIK, TAK, TIK, TAK, TIK, TIK, TIK.... Pressa pra ver meus sobrinhos sorrindo, pra estar entre os meus, pra amar e ser amada, pressa pra viver intensamente o hoje com tudo o que ele tiver pra me oferecer!
É, além de tudo isso, mais um dia de decisão: tristeza ou alegria, solidão ou companhia, vida ou morte:
- Garçon, me dá aí uma dose de alegria numa taça de muitos amigos e regada pelos sabores e dessabores da vida!!!
É isso: escolho viver, celebrar minha vida nova, agora com mais uma limitação, nova, mas limitação. Decido viver da única maneira que sei: amando. Vou amar a mim, as pessoas, a Deus, vou amar minha vida, vou viver... E, quando estiver bem velhinha, vou olhar pra trás e ter orgulho de mim e das minhas decisões de hoje. Faço, hoje, um “contra-pacto” com a angústia, com as inseguranças, com os por quês, com o negativo. Decido jogar o jogo até o fim.
Fim? Que fim mulher? Ele não existe, esqueceu? Tem só uma etapa nova pra você e pra todo mundo... Uns antes, outros depois. O certo é que a incerteza é a nossa única certeza e o não saber é a única coisa da qual sabemos mesmo...
Ofereço a Raquel e a Manu, amigas inseparáveis, que me ensinaram o valor da tolerância e do afeto, e a minha mãe, essa mulher valente, com quem aprendi a nunca me deixar abater pelos percalços da vida. A você, Vera, com quem aprendo, dia após dia, a ser sobrevivente, a resistir. A irmã Marilene, que possui um coração que eu nunca vou entender. Finalmente, a Ana Beatriz, a Maria Clara e a Emanuel Levi, sem os quais não dá pra me imaginar acordando todo dia.
Obrigada por compartilharem suas vidas comigo!!!