AS CRIANÇAS ÍNDIGOS
AS CRIANÇAS ÍNDIGOS
A Revista Universa Espírita em reportagem de capa estampa: “Crianças Índigos – Um falso conceito que nada tem a ver com o Espiritismo”. Uma matéria escrita por Paulo Henrique Figueiredo, página 19. Acrescenta: “Toda a verdade sobre as crianças Índigo”. De tempos em tempos surgem teorias absurdas que ridicularizam o meio espírita. O escritor em epígrafe lança seu ponto de vista acerca do assunto, mas de antemão queremos ressaltar que neste “mundo de provas e expiações”, ninguém pode se considerar “o dono da verdade”. Somos aprendizes a cata da evolução. Seria plenamente aceitável que referido senhor fortalecesse a matéria afirmando ser seu ponto de vista. “Estamos diante de um capítulo inédito desses tristes casos”. Quais seriam esses tristes casos meus senhores? Não são idéias criadas por indivíduos do meio espírita que estão causando confusão, mas a “importação” de obscuros conceitos de uma seita estadunidense que confundiram as opiniões de inúmeros espíritas em todo país.
Com que respaldo referido escritor toma a liberdade de discriminar as seitas. Esquece o prezado, que os fenômenos que deram início ao estudo da doutrina espírita surgiram em terras estadudinenses. O problema é que estudiosos espíritas citados na matéria pelo autor parecem querer ser os donos da verdade.
Esse dom não nos pertence, somente Deus tem este atributo. Rita Foelker, Dora Incontri, Heloisa Pires e a própria revista espírita está embarcando numa precipitada decisão. Aliás, são essas precipitações que deixam o movimento espírita a ver navios e os neófitos embarcam com eles também. Quem acreditaria que mesas (objeto material) fossem capazes de girar e falar. Nem Kardec acreditou e teve a humildade de estudar vários anos para chegar a uma solução plausível.
Não queremos tirar mérito de ninguém, nem ser o dono da verdade, pois estaria entrando em contradição pura, mas muitos assuntos polêmicos tomam aspecto de orgulho para quem os escrevem. Querer aparecer? Não sei e nem posso julgar. O que vejo no movimento espírita é um aspecto de culto e sabedoria. Alguns tomam o azimute da fama e outros não. Os humildes procuram averiguar com paciência e presteza fatos que perturbam seu consciente e diante de várias opiniões os menos avisados não sabem em quem acreditar. A maior autoridade em espiritismo no Brasil, Divaldo Franco Divaldo falou sobre seu novo livro: A Nova Geração: A Visão Espírita sobre as Crianças Índigo e Cristais. Dizendo que as crianças índigo têm um intelecto mais elevado, mas sua condição moral não é tão elevada.
Elas foram classificadas em quatro grupos: artistas, humanistas, conceituais e interdimensionais ou transdimensionais. As crianças cristais têm tanto o intelectual quanto o desenvolvimento moral elevados. Os índigos serviriam para abrir caminho para os cristais. A entrevistadora perguntou nomes de médiuns e espíritos desencarnados com os quais Divaldo Franco teve ou tem contatos. Por último perguntou se ele tinha alguma informação a respeito do ano de 2012. Muito admirado pela sabedoria da entrevistadora, Divaldo explicou que o sistema solar está entrando no sistema das estrelas dos grupos das plêiades e que em 2012 nosso sistema solar estará completamente dentro de outro sistema solar, o que significa um mundo melhor com mais amor. Será verdade a afirmativa do grande médium? Além de repetir algumas coisas da entrevista dada anteriormente, Divaldo Franco disse que os cientistas fizeram uma pesquisa e descobriram que o ser humano tem o gene de Deus.
Ao pronunciar a palavra Deus eles escanearam o cérebro e descobriram uma luminosidade.
Em uma outra experiência, ao pronunciar a palavra Deus em vários outros idiomas para pessoas que nem ao menos entendiam a tradução da palavra, a mesma luminosidade foi notada no cérebro. Será que Divaldo iria escrever livros apócrifos? Queríamos ilustrar nosso pensamente e clarear as idéias pegando uma carona especial da Wikipédia que diz: “Segundo os investigadores deste tema, há quatro tipos de Índigos: humanista, conceptual, artista e interdimensional”. Humanistas: Muito sociais, conversam com toda a gente e fazem amizades com muita facilidade. São desastrados e hiperativos. Não conseguem brincar só com um brinquedo, gostam de espalhá-los pelo quarto, embora às vezes não peguem na maioria.
Distraem-se com muita facilidade. Por exemplo: se começam a arrumar o quarto e encontram um livro, nunca mais se lembram de acabar as arrumações. Como profissões, escolherão serem médicos, advogados, professores, vendedores, executivos e políticos. Trabalharão para servir as massas e, claro, atuarão sempre ativamente. Conceptuais: Estão muito mais virados para projetos do que para pessoas. Assumem uma postura controladora. Se os pais não estiverem pelos ajustes e não permitirem esse controle, eles vão à luta. Têm tendência para outras inclinações, sobretudo drogas quando da puberdade (quando se sentem rejeitados ou incompreendidos).
Daí a redobrada atenção por parte de pais e educadores em relação aos seus padrões de comportamento. No futuro serão engenheiros, arquitetos, pilotos, projetistas, astronautas e oficiais militares.
Artistas: São criativos em qualquer área a que se dediquem, podendo, inclusive, vir a ser investigadores, músicos ou atores altamente conceituados. Entre os 4 a 10 anos poderão vir a interessar-se ate 15 áreas diferentes (ou instrumentos musicais, por exemplo), largando uma e iniciando outra. Quando atingirem a puberdade, aí sim, escolherão uma área definitivamente. Serão os futuros professores e artistas. Interdimensionais: Entre os seus um e dois anos os pais não podem tentar ensinar-lhes nada, pois eles responderão que já sabem e que podem fazer sozinhos. Normalmente, porque são maiores que os outros tipos de índigos, mostram-se mais corajosos ainda e por isso não se enquadram em outros padrões. Desta forma, os seus estudiosos acreditam que estas crianças seriam as responsáveis pela introdução de novas filosofias ou espiritualidade no mundo.
Permita-nos ir mais além: Crianças índigo e doutrina espírita: Particularmente depois que o médium e orador espírita Divaldo Franco teve uma de suas palestras sobre o tema transcrita e ampliada [1] [2] transformada em livro bilíngüe [3] pelas mãos da neurocientista brasileira Vanessa Anseloni, [1] radicada nos EUA e antiga defensora da integração entre os dois temas [4] o conceito passou a ser visto com simpatia por muitos espíritas [5] . Para eles, as crianças índigo seriam espíritos exilados de outros mundos. Como não fossem capazes de acompanhar o "progresso moral" de tais planetas, eles teriam sido encaminhados para mundos inferiores, como a Terra, com a meta de auxiliar sua evolução.
Os defensores dessa idéia tratam-na como um desenvolvimento do tema migrações espirituais, presente em obras populares no meio espírita brasileiro, como A Caminho da Luz e Exilados de Capela, e pincelado por Allan Kardec em A Gênese [6] . Por outro lado, há grupos espíritas que são contrários à associação entre o tema crianças índigo e o espiritismo. [5] Defendem que as obras A Caminho da Luz [7] e A Gênese [8] não abordam o termo crianças índigo, tampouco trazem referências às características físicas e psicológicas que costumam ser atribuídas a elas. Eles repudiam [5] a publicação e tradução de livros relacionados ao tema por editoras que possuem foco de mercado no público espírita, como a Petit,
[9] bem como os palestrantes espíritas que utilizam esta temática. [5] Alguns pesquisadores [10] dizem ser muito difícil haver uma civilização mais evoluída no sistema solar de uma estrela Plêiade como Alcione, conforme afirma Divaldo [6] pois estas teriam apenas cerca de 100 milhões de anos, enquanto a Terra teria demorado quase um bilhão de anos apenas para esfriar e aparecerem os primeiros organismos unicelulares e quase mais quatro bilhões para o surgimento do "Homo sapiens". Além de contestar a suposta influência gravitacional de Alcione na Terra. Divaldo Franco não reconhece [11] influência mediúnica em suas elaborações sobre o tema. Por se tratar de um palestrante que também se notabilizou como médium, esse fato pode servir como fonte de descrédito, diante de certos setores espíritas, para as idéias que defende sobre crianças índigo.
Diante do exposto perguntaríamos ao confrade Paulo Henrique Figueiredo se Divaldo Franco iria cair numa esparrela tão grande como alguns espiritistas costumam afirmar. Precisamos ter mais humildade se verdade ou não ela surgirá mais cedo ou mais tarde, as precipitações no meio espírita acontecem com extrema facilidade. Outro fato que marcou muito foi uma suposta psicografia que um determinado médium que teria recebido uma mensagem do Espírito do menino João Hélio.
Ficamos a imaginar o que roda pelo Brasil uma peça teatral baseado no livro: “A Mulher que Escreveu a Bíblia de autoria de Moacyr Scliar”. Em cuja sinopse vem narrada o que relata o ponto importante do livro: “Sinopse: Uma mulher de nosso tempo, empregada de uma loja de louças, submete-se a uma terapia de vidas passadas e conclui que numa encarnação anterior, há três mil anos, foi ela que escreveu a primeira versão da Bíblia”. A mulher que escreveu a Bíblia é o relato em primeira pessoa da trajetória fabulosa dessa personagem anônima, filha de um pastor de cabras do deserto, que vai a Jerusalém e torna-se uma das setecentas esposas do rei Salomão. Por ser a única letrada do harém, o soberano a encarrega de escrever a história do povo judeu, ainda que para isso ela entre em choque com os sisudos escribas oficiais da corte.
Unindo erudição, fantasia e humor, Moacyr Scliar brinda o leitor com uma recriação deliciosa da vida cotidiana na Jerusalém do tempo de Salomão, oferecendo novas e irreverentes versões para conhecidos episódios bíblicos. “Misto de narrativa de aventura e sátira de costumes, A mulher que escreveu a Bíblia faz parte daquela seleta categoria dos livros que é impossível - parar de ler”. Jesus disse: Eu sou o caminho a verdade e a vida, quem acreditar em mim, mesmo estando morto, viverá. Jesus é o meu caminho, mas ainda sou muito imperfeito. Calma nossos confrades e confreiras, a verdade vos libertarás. Até o nosso querido Divaldo guarda um devido cuidado em suas aposições.
ANTONIO PAIVA RODRIGUES-JORNALISTA-MEMBRO DA ACI-ALOMERCE E AOUVIRCE