Crônica poética> Demasiado racionalismo ou (adepto da razão)

Sou um adepto da razão e não me orgulho...

Aprender a ter o olhar das crianças, que me fora roubado, pelo tempo e pela razão. Aprender a não saber explicar cientificamente tudo e não querer passar uma mensagem a todo momento, aprender a coisificar o homem, (quando este o merece) humanizar as coisas. Aprender que já fui criança, sendo assim, posso ser novamente, não a mesma, mas criança ainda posso ser. Aprender a surpreender com as banalidades, aprender que tudo é de repente, que nada é surreal, aprender que os pássaros não voam com ajuda dos ossos pneumáticos e sim por um pó de um anjo real. Aprender a por os pés no chão, levar as pedras solitárias pra sua multidão, movê-las, mover o mundo. Salvar a formiga perdida.

O poste está só...

Deve estar pensativo ou triste, nem as pombas o acompanham mais, fica lá, ligado a fios, no alto, longe dos amigos. Algumas maritacas e pássaros já cantaram pra ele, mas frieza tamanha, acabara por ser abandonado.

Acho...

Acredito que o poste talvez prefira ser uma bala perdida e ficar alojado no peito de alguém ou pelo menos passear voando por aí, cortando o vento.

Sabe...

Acabo de perceber meu olhar de criança ainda contaminado pelo adultismo, penso no peito da vítima e esqueço que a bala perdida pode ser doce, maça verde, chocolate e não de metal.

Um dia ainda consigo...

Enzo Pinho
Enviado por Enzo Pinho em 07/08/2008
Reeditado em 26/09/2008
Código do texto: T1117012