Alguém já ouviu falar em Viagra Literário, ou Cialis Verborrágico? Nem eu. Mas estou precisando de algo do gênero. Estou com a caneta meio caída, sem muita vontade de pô-la em riste e deixar minha marca nas linhas retas de meu caderno de notas.
Será que meu fogo de letras virou uma sopa de idéias sem nexo nem conexo? Existe menopausa no mundo das letras? Já comecei vários, porém como no sexo sem sexo a coisa não vai prá frente...nem prá trás, nem prá frente..nem prá trás.....
Falar do Lula? Nem eu aguento mais. Só de lembrar da voz dele meu estômago reage freneticamente. Dos políticos? Da corrupção? Da criminalidade? Do Rio de Janeiro falido. Nem pensar, né?
Tudo parece insosso, aguado, pasteurizado, condicionado. O sabor das coisas cada vez mais se parecem, se misturam e transformam tudo num grande Big Mac. Limpo, devidamente cozido, bem temperado, igual em qualquer ponto do planeta. Ainda assim é um Big Mac. Sai novela, entra novela e os dramas são sempre os mesmos. Vocês perceberam como todas as TV's de LCD ou Plasma são iguaizinhas? Só muda o tamanho e o preço. Está na hora de alguém lançar uma TV dessas com a borda cinza, por exemplo. Ou quem sabe ela toda branca. como um enorme MacBook da Apple.
Meus causos rarearam, e mesmo quando algum acontece e o presencio, fico com preguiça de começar o texto. Tive grandes idéias, mas elas não vingaram. Abortei várias delas sem ao menos dar-lhes nomes, que aqui neste caso o chamam de título. Foram idéias que acabaram no limbo, sem batismo.
Um fato me chamou demais a atenção para essa experiência de pouca produção e muita "pensação", algo como uma lição para qualquer um neste planeta. Um fato simples, mas que mostra como cada vez mais nos transformamos em ilhas perdidas nesse oceano de pessoas, carros e fumaça. Isso chegou às minhas mãos hoje:
" Eis que um sujeito desce na estação do metrô: vestindo jeans, camiseta e boné, encosta-se próximo à entrada, tira o violino da caixa e começa a tocar com entusiasmo para a multidão que passa por ali, bem na hora do rush matinal.
Mesmo assim, durante os 45 minutos que tocou, foi praticamente ignorado pelos passantes.
Ninguém sabia, mas o músico era Joshua Bell, um dos maiores violinistas do mundo, executando peças musicais consagradas num instrumento raríssimo, um Stradivarius de 1713, estimado em mais de 3 milhões de dólares!!!!
Alguns dias antes Bell havia tocado no Symphony Hall de Boston, onde os melhores lugares custam a bagatela de 1000 dólares!!!! "
Esse é um exemplo daquelas tantas situações que acontecem em nossas vidas que são únicas, singulares, e a que não damos a menor bola porque não vêm com a etiqueta de seu preço. O que tem valor real para nós, independentemente de marcas, preços e grifes? É o que o mercado diz que você deve ter, sentir, vestir ou ser?
Essa experiência mostra como na sociedade em que vivemos os nossos sentimentos e a nossa apreciação de beleza são manipulados pelo mercado, pela mídia, e pelas instituições que detém o poder financeiro".
Chi.....brochei.......juro por Deus que essa é a primeira vez que isso acontece...bem no meio do texto!!!!!