QUASE UMA LENDA URBANA !.

Sempre que se falava dele, havia adimiração e mistérios no ar.

Gumecindo.

Era bom de conversa.

Era bom de capoeira.

Não largava uma peixeira.

Era agíl no box.

Batia até com pau e pedra.

Nunca levava um desaforo prá casa. Resolvia alí mesmo. Ou batia ou perdia. Só não corria. Diz-se por aí, que certa vez fez besteira lá na quitanda do Rufino. Chegou. Contou as moedas que trazia no bolso. Tirou-as. Bateu com força sobre o balção de pedra de marmore. Rufino contou e recontou. Botou num copo a cachaça de sempre. Ele dizia que o "pau de resposta" decia como um remédio. Um cara que tava num canto da porta, já quase escornado, enfiou a mão no balção, pegou a cachaça e num só gole virou. Bateu o copo no balção e sorriu. Foi o último sorriso da sua boca banguela. Gumecindo deu-lhe um murro na testa, que o coitado morreu em pé. Hoje, o tal Gumecindo é coveiro lá no Cemitério das Quintas de São Lázaro. Continua tomando cachaça que nem bebendo remédio. Largou a peixeira. Não joga mais capoeira. Pendurou as luvas. Ganha ums trocados limpando uma cova aqui outra alí.

Gumecindo. E não é que já gostei do nome.

Axé !.