AGORA É PRA VALER

Exatamente às 08 horas do dia 08.08.2008, abrem-se as cortinas do espetáculo mundial chamado Olimpíada. O palco que se ilumina é num país chamado de China que reúne todos os ingredientes para fazer história; primeiro, porque agrega o contraste entre uma Nação de maior crescimento mundial e um governo ditador que sufoca seu povo e os países vizinhos (como é o caso do Tibete); e, segundo, porque construiu um mundo à parte em seu território, através de obras monumentais que encantam o mundo e que certamente fará resplandecer uma disputa das mais acirradas dos últimos tempos entre os países que sempre têm um destaque mais efetivo nesses jogos, como é o caso da própria China e dos Estados Unidos.

Mas, nem por isso (com espetáculo ou sem espetáculo) o mundo deixa de observar os absurdos que esse País anfitrião tem exibido aos olhos atentos de todas as pessoas que se preocupam com nossa natureza, pois também vemos exibições miraculosas de tecnologias modernas visando buscar do horizonte alguns meios de suscitar da natureza uma resposta que talvez ela não possa dar; que é limpar os céus das cinzas da poluição que a China jamais pensou se desfazer nos últimos 50 anos. As máquinas e as parafernálias das fábricas que são engrenagens agressivas ao meio ambiente pararam há duas semanas, mas mesmo assim, quando os visitantes ou os atletas olham para o horizonte vêem apenas uma cortina cinzenta que insiste em permanecer, embora as autoridades chinesas tenham feito de tudo para afastá-las por algum tempo.

Em todo caso esses lamentos hão de cessar em razão da causa que é muito nobre. Neste momento é preciso esquecer das dores do mundo, para abrir um espaço para o sorriso, para a alegria, para a raça humana, que através do esporte reúne sua primazia em um mesmo lugar, para conclamar aquilo que é mais significativo para um povo, que é a sua competitividade e sua garra em torno dos seus propósitos, espelhando seus brasões e suas emoções em arenas esportivas que resplandecem uma mesma emoção, através da brandura e dos esforços dos seus atletas que certamente irão fazer de tudo que estiver ao seu alcance para engrandecer o nome de seu País. Essa corrente de irmandade, com respeito e com amor à competição, hão de fazer heróis que cada vez mais procurarão ultrapassar seus próprios limites em nome de uma causa tão nobre e tão justa, pois sempre vencerão os melhores e aqueles que mais se prepararam.

Evidente que nós brasileiros também temos essa aspiração e estaremos atentos à performance de nossos atletas torcendo para que eles sejam iluminados pelas forças que vêm dos Céus, no sentido de que não se deixem curvar ante um obstáculo que possa lhes parecer intransponíveis e que sejam altivos e otimistas, para que sempre cruzem a linha de chegada com a consciência de que deram o melhor de si, independentemente de terem alcançado o pódio, pois sabemos que esse é um lugar sagrado que é reservado aos melhores do mundo e, infelizmente, na maioria das modalidades não estamos inseridos nessa condição de supremacia, por várias fatores que temos observado durante a fase de preparação, como a falta de cultura voltada para essa consciência esportiva, como a falta de patrocínio, como a falta de estrutura olímpica adequada aos treinamentos, como a falta de condição social aos nossos atletas que muitas vezes têm de passar por percalços que inibem a dinâmica fisiológica (fome, pobreza etc), como a carência (ainda) de incentivos mais concretos por parte do Governo brasileiro, enfim, em razão de todos os obstáculos que uma Nação tão imensa e antagônica como a nossa é capaz de produzir como resultado do extrato social.

Neste momento de graciosidade no mundo dos seres humanos, temos de aproveitar o máximo que for possível para darmos as mãos; aproveitar que a China se transformou num grande holofote que ilumina as aspirações mundiais, para construirmos uma energia positiva voltada para o bem mundial, onde possa prevalecer o amor e a inequívoca vontade de vencer pelo esforço próprio, pela garra humana, pela perseverança da alma, pela energia do espírito, pela Mão poderosa de Deus e de seus Anjos celestiais.

Que esse entusiasmo e essa expectativa de um atleta em vésperas de competição, possa se impregnar no coração humano, para que o homem recomece sua marcha pelo poder do bem, reverenciando as forças ocultas que movem o Universo e que o suor dos corpos marcados pelas competições, respinguem nas almas maldosas para que sintam o cheiro da pureza da luta e se voltem para um mundo melhor. Uma competição desse nível só traz fluídos de alta potencialidade para a nobreza humana, despertando em todos nós a satisfação de lutarmos pelo que é nosso e de defendermos com todas as nossas forças a Pátria que cada um de nós recebeu das mãos de nosso Criador.

A chama olímpica até a abertura dos Jogos Olímpicos da China já despertou tudo aquilo que era esperado do ser humano, iluminando o mundo com suas chamas de solidariedade e de espírito esportivo, agora que ela está mais incandescente pelo início dos jogos, vamos também acender nossa chama interior, aquecendo nossos corações para o amor fraternal entre as pessoas, não a deixando apagar-se mesmo depois de se encerrarem as competições, para que possamos fazer deste evento mundial um marco para nossa existência, no sentido de despertarmos para uma consciência necessária no mundo atual que é a preservação da natureza, pois parece que nosso Deus quis fazer esta Olimpíada num País poluído para que pudéssemos enxergar como nosso binóculo natural as lamúrias que nosso ambiente tem derramado no decorrer dos últimos anos.

Que vençam os melhores e que vençamos nós – o povo sofrido – que tanto necessita de uma competição como esta; mas que não seja aquela que lhe é apresentada no dia-a-dia, quando tem de vencer o monstro da sobrevivência; mas que doravante possa lutar com um adversário à altura e de acordo com a similitude de suas próprias forças, para que assim possa ter uma luta justa.

É o que desejo de coração à todos os povos mundiais.

Machadinho
Enviado por Machadinho em 05/08/2008
Código do texto: T1113685