O que dói mais?
Estive pensando por estes dias no que dói mais: ouvir não, dizer não ou ficar sem nenhum deles?
Por mais estranho que pareça, nem sempre é fácil chegar a uma conclusão rápida. Há muito que se pensar...
Ouvir um não pode partir a alma, retalhar o coração e destruir a esperança. Pode, inclusive, acabar com um sonho.
Dizer um não, nem sempre é confortável. Pode parecer até injusto, mesmo que necessário.
Contudo a ausência do não pode ser frustrante, pois transtorna a expectativa criada.
Em quantos momentos de nossas vidas temos que lidar com o não? Acredito que desde a concepção.
Palavra simples, de dimensão tão grande, é capaz de expressar recusa e negação. Confesso que pode também expressar descaso, falta de interesse ou amor. Quantas interpretações são possíveis encontrar nas situações em que tal palavra é usada, ou não!
Mesmo que ela apareça para disfarçar a tristeza, para gerar limite ou para encerrar uma conversa ou uma história.
Esta palavra pode mesmo ser cruel. Ou cruel é quem dela faz uso em momento impróprio? Ou se nega a usá-la em momento apropriado?
Seja lá o que for, percebo que importa que possamos aprender a conviver com o não. Afinal de contas ele faz parte do nosso vocabulário. É um advérbio importante para a comunicação.
Não sei se todo mundo está disposto a aprender a lidar com o não. Falo por mim e sei que há muito convivo com ele. E também com a falta dele. Em casa, no trabalho, nas amizades, na saúde, nos relacionamentos. Em alguns casos mais parece indiferença frustrante que dor dilacerante. Em outros momentos dói como ferida exposta. Ainda bem que há os momentos em que nada significa.
Sabe? Seria melhor dizer logo um belo ou feio não. Você escolhe a roupagem.
Assim me pouparia a espera.
Diante disso, resolvi seguir em frente. Não sei qual experiência que Willian Shakespeare teve até escrever tais coisas, mas eu concordo com ele:
Um dia você aprende...
... que companhia nem sempre significa segurança.
E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la, por isso.
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Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.
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E você aprende que realmente pode suportar... Que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais.
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