FALSA BIOGRAFIA DE UMA AMIGA

FALSA BIOGRAFIA DE UMA AMIGA

Marília L. Paixão

Como vou ficar sem internet não sei por quanto tempo me sentei aqui com a intenção de talvez escrever uma parte três para o meu texto SE FAZER PASSAR POR ELA. Mas não é que me deu vontade de fazer uma falsa biografia sobre uma amiga nossa aqui do recanto?! Bom, enquanto a vontade não passa, vamos lá ver o que dá e no que vai dar! Se der em zebra a gente deleta o trem todo.

De criancinha ela adorava acompanhar o pai e vivia dizendo sobre tudo que gostaria de fazer. Não chegou a dizer ao pai que gostaria de ser pedreiro, pois ele não ia gostar, mas já gostava de chutar pedrinhas. Acho que teve uma visão do mundo adulto chutando paredes e não gostou da dura idéia de viver com o pé machucado e ter que por culpa nela mesma por ter construído uma parede tão dura. Mas não era bem aquilo que ela queria ser, escritora burra! Ela queria ser arquiteta! Ela não queria ficar lá com a mão na massa e a massa na mão. Ela queria desenhar a coisa, dar beleza à coisa e sem correr o risco de ter que chutar coisa nenhuma!

Depois de tanto o pai dizer que as aspirações da alma feminina teriam que percorrer outros caminhos não tipo os trilhados pelos homens, ela então de pequenininha já não sabia mais o que queria ser. Tudo que queria ser não podia. Então pensou que seria uma malabarista e naquele equilíbrio difícil num belo dia descobriria o que seria quando crescesse. Começou a imaginar-se soltando pipas e para qualquer lado que a pipa voasse estaria bom, mas não ia querer ficar agarrada ou ser cortada de jeito nenhum. Depois passou a imaginar-se pilotando um avião. Mas cuidado, hein, escritora maluca, para não transformá-la em terrorista e menos ainda nos ares da beautiful america!

Vamos agora pular todas as fases biográficas da vida da nossa grande escritora, pois ocorreu à escritora amadora que esta falsa biografia poderia dar em panos para mangas, afinal, ela se tornou uma pessoa do tipo que entende de todas as coisas e principalmente de leis e direitos humanos sem falar de estilingue como o que o Hassan usava no filme o CAÇADOR DE PIPAS... Só que ela seria a Zélia, a caçadora de Marílias e se resolve me meter um processo na cara vamos ficar enroladas num mundo de letras jurídicas que daria um outro livro que ninguém interessaria em ler.

Mas acho que agora eu já entrei pelo cano. Vou tentar de novo ligar para a Mônica Mello e ver se consigo convencê-la de que eu sou eu mesma. Não custa tentar, né?!

- Alô, Mônica?! - Sim, quem fala? – Sou eu mesma, Mônica! Não desligue antes de me ouvir, estou precisando trocar umas idéias, não me interrompa, por favor.

- A senhora de novo querendo se passar pela Marília?! Tenha paciência!

- Eu comecei a escrever uma falsa biografia sobre a Zélia Freire, mas caso ela não leve na brincadeira e não gostar... queria saber sua opinião...

- A senhora deve ser uma vilã e tanto, hein?! Está dando uma de conhecedora até das escritoras amigas da Marília?!

- Mas sou eu, Mônica, não estou dando uma de nada, eu sou eu!

- Se você é você, então para de ficar querendo ser a Marília!

- Mas eu sou a Marília com identidade e tudo! E já que é estudante de direito, me diga, acha que ela pode se zangar contra mim e criar confusão por eu estar escrevendo uma biografia de brincadeirinha?...

- Se a senhora é quem a senhora diz que é, por que a senhora mesma não liga para a ESCRITORA ZÉLIA e pergunta para ela?! Passe bem que eu tô de namorado novo, não me amole mais, por favor, a senhora acabou de desmanchar um clima! Imagine se a Marília iria me atrapalhar numa hora desta!

- tum, tum, tum.

Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 02/08/2008
Reeditado em 02/08/2008
Código do texto: T1109212
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