Impressões Visuais
Rosa Pena
Sou a caipiríssima no final da tarde em Ipanema. A mistura perfeita do gelo, vodka e limão. Mexa devagarzinho entre seus dedos, saboreie com prazer e trace um bonito quarteto. Leia alto, o mar gosta de ouvir. E não estranhe se ele começar a fazer marola. É que ele adora quando você me namora.
Sou a porção de batatas salgadinhas que aumenta seu paladar. Mastigue com muita vontade e trace mais um quarteto. Leia alto, a brisa gosta de ouvir. E não estranhe se ela começar a assobiar. É que ela vibra com seus ensejos de beijos.
Sou o pôr-do-sol que se despede do dia. Olhe fixo: — Ficou hipnotizado? Agora trace um lindo terceto. Leia alto, o céu gosta de ouvir. E não estranhe se o astro rei reaparecer com força total. É que ele é bem sem-vergonha. Adora ser nosso voyeur.
Sou a lua que se insinua antes do anoitecer. Sorria para essa confusão do firmamento e trace mais um terceto. Leia baixinho, apenas para nós dois. E não estranhe se perceber que viramos um soneto. É que vemos poesia a qualquer hora do dia, mesmo quando os lúcidos afirmam que não existe mais sol, mar, lua, caipirinha.
Se algum dia você parar de ver, foi contaminado pelo vírus da lucidez.
Olhe! Uma revoada de margaridas. Pesque rápido uma pra mim, antes que algum sábio destrua-a com agrotóxico, ou descubra que vender o mar rende um bom negócio.
Rosa Pena
Sou a caipiríssima no final da tarde em Ipanema. A mistura perfeita do gelo, vodka e limão. Mexa devagarzinho entre seus dedos, saboreie com prazer e trace um bonito quarteto. Leia alto, o mar gosta de ouvir. E não estranhe se ele começar a fazer marola. É que ele adora quando você me namora.
Sou a porção de batatas salgadinhas que aumenta seu paladar. Mastigue com muita vontade e trace mais um quarteto. Leia alto, a brisa gosta de ouvir. E não estranhe se ela começar a assobiar. É que ela vibra com seus ensejos de beijos.
Sou o pôr-do-sol que se despede do dia. Olhe fixo: — Ficou hipnotizado? Agora trace um lindo terceto. Leia alto, o céu gosta de ouvir. E não estranhe se o astro rei reaparecer com força total. É que ele é bem sem-vergonha. Adora ser nosso voyeur.
Sou a lua que se insinua antes do anoitecer. Sorria para essa confusão do firmamento e trace mais um terceto. Leia baixinho, apenas para nós dois. E não estranhe se perceber que viramos um soneto. É que vemos poesia a qualquer hora do dia, mesmo quando os lúcidos afirmam que não existe mais sol, mar, lua, caipirinha.
Se algum dia você parar de ver, foi contaminado pelo vírus da lucidez.
Olhe! Uma revoada de margaridas. Pesque rápido uma pra mim, antes que algum sábio destrua-a com agrotóxico, ou descubra que vender o mar rende um bom negócio.