NACIONALISMO
Nacionalismo é uma palavra que perdeu o significado e importância no contexto atual. Isso porque as pessoas não cultivam o sentimento que as ligam com sua Pátria. Alguns acham que é uma manifestação ultrapassada e que a modernidade não combina com valores antigos.
É uma tese que deve ser analisada em profundidade, uma vez que nos remete a uma série de questionamentos. O que é nacionalismo? Qual o seu significado semântico e morfológico? Quais são os benefícios para a Nação? Quais são os aspectos positivos e negativos? É salutar cultivar este sentimento?
Quando se fala em nacionalismo, evoca-se a imagem do fanatismo ideológico ou xenofobia exacerbada. Pensa-se que é aquele que, como os palestinos, tornam-se suicidas em favor de interesses outros que não influirão nos destinos do povo; é aquele revolucionário que quer transformar a sociedade através da guerra; ou é um sonhador que vislumbra um País utópico.
Nacionalismo é uma demonstração de amor espontâneo por sua terra natal, por seu País. É a energia que promove o progresso, alavanca o crescimento e possibilita a implantação da justiça social. O Brasil está carente desse fenômeno. Cristo disse que o amor resolve tudo e é verdade. Uma das formas de nacionalismo conhecida é a praticada pelos norte-americanos, embora não se possa ser favorável à sua política de dominação mundial.
Se os brasileiros cultivassem o amor à Pátria, não haveria tanta miséria, tanta desigualdade e o fosso que separa os ricos dos pobres seria menor. Quando se ama, deseja-se o melhor; tudo que se faz é em prol do que se ama. Quem ama a sua Nação, cultiva os valores Nacionais; valoriza seu povo, sua indústria, os seus produtos , bens e serviços. Se a elite que domina as políticas públicas e as atividades privadas fosse nacionalista, certamente investiria em educação, no fortalecimento das instituições, em ciência e tecnologia, daria mais espaços para se desenvolver a criatividade das cabeças pensantes, seria mais justa; combateria a corrupção que é um câncer social. Além disso, educação e saúde seriam suas principais metas.
Quando se fala em valorizar a indústria, produtos, bens e serviços, não se está fazendo apologia à reserva de mercado. Longe disso, pois se os empresários dos setores produtivos cultivassem o nacionalismo, seus preços seriam competitivos, seus produtos teriam qualidade suficiente para dificultar a entrada de produtos similares, porque a concorrência interna seria eficiente e também canalizariam parte de seus lucros para incentivar as pesquisas de novas tecnologias e políticas sociais.
Salvo melhor juízo, o que se percebe é o desejo de se obter lucros a qualquer custo, sem levar em consideração as questões sociais pois entendem que isso é uma obrigação exclusiva do Governo. E outra vez, evoca-se os americanos, que são arautos da globalização. Eles obrigam as nações abrirem seus mercados, a privatizarem suas empresas para as multinacionais e quando esses Países produzem algo com tecnologia e preços competitivos, simplesmente taxam esses produtos inviabilizando as exportações, ou seja, os Estados Unidos da América possuem um dos mercados mais protegidos e fechados do mundo.
Na minha concepção, nacionalismo é um sentimento natural de quem deseja o melhor para sua terra natal. É o compromisso que o indivíduo assume, no sentido de cumprir sua parte no processo coletivo de bem estar social. É a ação desprovida de qualquer interesse pessoal. É consciência de que o egoísmo é uma barreira que impede o desenvolvimento humano; é a vigilância contínua para evitar atitudes arrogantes. Nacionalismo é preservar a democracia como instrumento de integração das diferentes correntes de pensamentos.
Silvanio Alves da Silva (04/04/2001)