Pausa no dia
Inspiração vem quando menos se imagina.
Estava numa correria, correndo contra o relógio e... como por pura sorte, consegui fazer tudo o que havia pra ser feito antes do prazo previsto.
Para esperar chegar o horário em que havia marcado com o médico, me sentei num parque e em um banco me deixei ficar. Só a observar as pessoas que por ali circulavam. Em sua maioria, tranqüilas, curtindo um belo fim de tarde.
Casais de namorados, cada qual com sua peculiaridade. Casais simpáticos, alegres, maduros, opostos, perfeitos... Casais de todos os tipos e estilos. Dois casais prenderam minha atenção; um que parecia ser feito um para o outro, desses de dar inveja, cheios de dengo. O outro era um casal esquisito, diferentes dos vistos em locais públicos: ele um senhor e ela uma jovem. Trocaram carinhos, ambos aparentemente apaixonados. Quando... de um momento para outro, uma discussão, cada um saiu para um lado. Minutos depois, vi-os novamente abraçados na parte de baixo do parque. Maduros com briguinhas infantis. E assim é o amor: imprevisível!
Então pensei: “Se estou com tempo, tenho papel e caneta aqui comigo, porque não começar a escrever uma crônica agora mesmo, antes que a inspiração fuja!?”
Peguei papel e caneta e comecei a escrever ali mesmo. Então, voltei minha atenção para as crianças que passavam por mim. Tomando sorvete, chupando pirulito, todas com uma expressão tão feliz em seus rostos, como se o fato de estarem em um lugar tão lindo e com um doce a saborear fosse a felicidade tão buscada, como se não houvesse problemas.
Momentos depois, escutei gostosas risadas infantis atrás de mim. Ao olhar, observei a alegria em pessoa. Crianças riam e brincavam com macaquinhos em uma árvore. A coisa mais pura que já vi e a sensação de estar no próprio paraíso!
E, nessa cena meu olhar se prendeu. De repente, todos me olhavam e eu não entendia, até que olhei ao meu lado e um dos macaquinhos fazia brincadeiras. Que vontade de levá-lo pra casa! Mas, ele num salto subiu no galho mais alto da árvore.
Então, uma sirene de ambulância veio me despertar, lembrando-me que também existe a tristeza. Olhei para a rua e a vida continuava a correr. Infelizmente a vida não é feita só de momentos como esse. Olho o relógio e eu já estava atrasada!
(30/07/2008)