Pique - esconde
`Pique – esconde´
Se sonhar nos ajuda a viver nesta torpe realidade, nos embriaguemos, tomemos um porre daqueles, de cachorro lamber a nossa cara.
Porque Vergonha é algo que não deveria existir, é uma afronta a dignidade.
Nos escondemos sob a “Moral”: isso não pode, aquilo não deve, assim não se faz.
A “Ética” perdeu a muito sua roupagem, diga-se de passagem, que ela nunca se vestiu de nada, nunca teve cor, etnia ou crença. Era Una em seus primórdios.
Hoje ouvimos sair da boca de muitos uma verdade máxima: “ser Ético é ser Imoral”.
E sendo Morais, saímos à procura de uma Ética institucionalizada, pertencente a um grupo X qualquer que irá defender sua posição consagrando a inversão do ser Ética.
Quem disse que para convivermos deveríamos abolir a liberdade de pensar, sentir e agir?
Quem criou regras tão severas que segrega tudo e todos?
Com certeza o mesmo que inventou a Moral, fiel justificativa de tantas atrocidades.
E tudo para manter o grande achado da humanidade, e não estou a falar do fogo, da roda nem da privada. Falo do mecanismo que há muito habita o cerne do individuo, que lateja desde sua concepção – o Poder!
O poder de transformação de si e do meio, o poder de criação; isso seria, a principio, sinônimo de Vontade, mas o que vemos é o poder banalizado, egoísta e prepotente.
Brincamos de semideuses, senhores do destino das massas miseráveis, e o pior é que aplaudimos e pedimos bis. Que santa ignorância!