Par ou ímpar?
O personagem Noé do livro “A Chave do Amor” de Assis Brasil, me despertou para o fato de que na natureza tudo é feito de par: o sol e a lua, o céu e a terra, o dia e a noite, o macho e a fêmea.
Após essa observação entreguei-me aos meus pensamentos e passei a refletir sobre o assunto. Na verdade, a coisa vai muito mais além do que foi dito.
Nós precisamos de um par de sapatos, trabalhamos com duas mãos, escutamos com dois ouvidos, temos duas narinas, dois rins, duas pernas, dois braços e dois olhos. Tudo de par. Por que um só tronco e uma só cabeça?
Da alegria vem o riso. Da tristeza vem o choro. Do mau trato vem a ira. Da doçura vem o amor.
Falando em amor, tudo começou com Adão e Eva, depois muitas histórias ficaram registradas no tempo: Menelau e Helena, Sanção e Dalila, Romeu e Julieta, Fausto e Margarida, Dante e Beatriz., Perón e Evita, Peri e Ceci, Lampião e Maria Bonita.
Nos gibis encontramos Donald e Margarida, Tom & Jerry, Luluzinha e Bolinha, Mônica e Cascão.
Para contrariar a lei dos pares Van Gogh pintou em Paris um quadro com a imagem de três pés de sapato (expressando a miséria, a privação, a fome e o desabrigo das zonas rurais da Holanda).
Fogem da normalidade “os triângulos amorosos”.
Ainda não é tão natural o par homem x homem ou mulher x mulher. Mas já existem e não são poucos, eles são pares ou são ímpares?
Decidir no par ou ímpar é muito natural. Assim como também é uma opção própria escolher um par constante ou ficar ímpar, sozinha.
Hoje é comum quebrar paradigmas. Inovar. Mudar as regras. Fugir do que se tem como norma. Experimentar o novo, arriscar.
A ciência e a tecnologia favorecem essa transformação do mundo. Graças a ela o homem sobrevive com um só rim e até pratica esporte com uma só perna.
Mas é possível ou impossível ser feliz sozinho? Eis a questão.