FAVELA

Sombria é a favela...

Vivem tristes os nossos irmãos, muitas vezes no frio e abandono, ouvindo o barulho de ventos temerosos, pensando desabar sobre suas cabeças, o teto que tantas horas estalam assustadoramente. Metralhadoras, correndo como animais na selva quando vê os CAÇADORES.

Assim, nasceu aquele menino no abandono e frio, como os mais sofredores que no mundo deparamos para a nossa tristeza, a todo momento. As mães magras, as tetas enrrugadas, sem carne pela falta de alimento.

Favela, que é música, motivo de alegria para tantos, é lágrima, vida de tristeza para outros.

Por que sortes tão diferentes se somos todos irmãos?

Nasceu naquele ambiente, sem luz, rendinha ou bordado, mas era forte e muito esperto, seu rostinho era engraçado. Talvez, até por ironia, o seu nome diz que "DEUS É GRACIOSO". E a sua graça? Qual seria? O seu nome é JOÃO.

Foi crescendo e o tempo, a fome, o relento, lhes deram um aspecto feio. Tinha a cabecinha tão grande, para aquele corpinho sem carne.

Mas, começou bem cedo sua luta. Saia todos os dias com a sacola na mão, andava como um peregrino e a súplica era quase sempre a mesma: - "Me dá moça, uma esmola, um pedacinho de pão?" Desse jeito era a vida da criança.

Um dia, a mão amiga na pessoa de um anjo, uma moça muito pura não só lhe deu abrigo, mas um grande coração. O cuidou como se fosse um filhinho amado, o acalentava, cantava ao dormir e lhe forjou um caráter forte e uma grande personalidade. Ficou feliz, estudou, fato que fez o tempo correr depressa e até diploma tirou.

Passado alguns anos, vê-se numa grande cidade, famoso cirurgião.

- "Mas não pode ser! É aquele menininho?" Fui até lá e fiquei emocionada. Era mesmo um grande DOUTOR.

Será que seus irmãos lá na favela, no chão frio, serão felizes? Será que o tempo para eles foi corrido como o do João?

Não. Foi lento, cruel e feio. Talvez, pelo fato dos dias serem sempre iguais. Não há aniversários, festas, brinquedos, natal e nem Papai Noel. É porque cruzamos as mãos!...

Assim, vemos todos os dias a rotina de milhares e milhares de anjos que não tiveram a mesma sorte do João, e ouvimos em cada esquina a triste frase, mãos estendidas:

- Moça!...Me dá , uma esmola, um pedacinho de PÃO?

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Vamos falar como jesus: "VINDE A MIM AS CRIANCINHAS".

Junia Rios
Enviado por Junia Rios em 29/07/2008
Reeditado em 08/08/2010
Código do texto: T1103606
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