BOMBONS

Quando voltava para casa ao cair da tarde, deparei-me com um dos muitos sobrinhos que tenho, sentado tranquilamente em frente à televisão e comendo bombons. Educadamente, como lhe é peculiar, ofereceu-me um; então reparei que o garoto estava com uma caixa de bombons Biss, melhor dizendo, a caixa já estava quase vazia, contendo um ou dois bombons.

Expliquei para ele que comer tanto bombons certamente iria lhe fazer mal, que não deveria comer assim, que era gulodice. O meu sobrinho, com ar de deboche e sem parar de mastigar, olhou-me debaixo para cima e disse-me que aqueles bombons eram muito gostosos e que ninguém come somente um, que todos os seus amigos comem até duas caixas de uma vez. Olhei para ele com ar repreendendor e saí.

Sábado passado, resolvi estudar um processo e fui ao escritório fora do expediente. Encontrei sobre a minha mesa uma caixa de bombons da turma da Mônica. Os bombons têm as carinhas dos personagens do grande Maurício de Souza. Sem saber quem havia deixado ou me presenteado, uma vez que não tinha cartão que identificasse o autor do gracioso gesto. Resolvi então experimentar uma das guloseimas e escolhi o Cascão. Meu Deus! Que maravilha! Imediatamente peguei outro; desta vez o Cebolinha. Melhor ainda, logo mais saboreei a Magali, o Chico Bento a Mônica e por aí eu fui. Quando me dei conta a tarde havia passado e havia comido todos os bombons. Assustei-me com a minha voracidade. Quanta imprudência! Esquecia até mesmo da velha e indesejável companheira, a diabetes.

Mas confesso, achei uma delícia e recomendo a todos, crianças e adultos.

Na manhã de segunda-feira, quando cheguei ao escritório a minha secretária de imediato perguntou-me:

- Doutor, eu esqueci aqui uma caixa de bombons, o senhor por acaso não a encontrou?