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AMIGAS QUE SE ENCONTRAM

(A visita de Claraluna à Milla, em Sampa)

**A aventura continua: Terceiro dia...**

 

Amanheceu um dia lindo na Capital Paulista. Sol forte e brilhante. Sábado. A cidade está mais calma do que normalmente acontece em dias úteis. Ainda é grande o movimento, nessa metrópole que nunca pára, mas já se assemelha a um final de semana.

 

Dez horas da manhã. Ligo para o Hotel e peço à recepcionista que avise a minha amiga que passarei, dentro de alguns minutos, para pegá-los. Hoje é o dia em que os levarei para conhecer o Museu do Ipiranga – o marco da Independência do Brasil. Se foi como conta a história, eu não sei – até chego a duvidar da veracidade dos fatos – mas, isso não importa pois, na verdade, é um lugar onde não posso deixar de levá-los. Faz parte da nossa história!

 

Quando estava para sair, meu marido me informa que não poderá me emprestar o carro.

- Preciso dele para ir jogar sinuca, hoje é o dia em que vou ao Bairro da Saúde e, sendo distante como é, preciso dele, você sabe... Xiii!!! E agora? Bem, deixe-me ver... Vou ter que trabalhar com essa adversidade.

 

- Então, você nos leva até o Museu? Combinado, lá fomos nós, buscá-los na porta do Hotel. Atrasei-me um pouco, pois, apesar de sábado, aquela região encontrava-se com o tráfego complicado.

 

Lá chegando, constatamos que não seria possível irmos de carona. Éramos seis e, com aquele calor e tempo seco, tornar-se-ia insuportável o transporte de três mulheres e um homem no banco de trás – apesar de ser um Golf – um carro confortável e espaçoso.

 

- Tudo bem, vamos de ônibus! O elétrico – uma das poucas linhas de transportes municipais, movidas a eletricidade, que ainda sobrevivem – que faz a linha Gentil de Moura (Circular), nos deixaria na porta do Museu. E foi o que fizemos, pois ele não demorou a passar, ali mesmo, na Praça da República. Acomodamo-nos, eu e Claraluna em um banco da frente, a Erô, ao lado, depois do corredor, Cacau no banco atrás dela e Conrado, bem escondidinho, no final do veículo. O coletivo começou a lotar.

 

Foi muito engraçado quando percebi que minha amiga não estava muito à vontade. Um pouco receosa, até, pois o motorista não parava de conversar, com os passageiros e – acreditem – até mesmo com quem estava no ponto à espera de outro transporte.

 

- Milla, aqui os motoristas de ônibus podem conversar, enquanto dirigem? Perguntou-me Hull. – Não – respondi – aqui também é proibido, mas, como tudo o que é proibido, é permitido, nessa terra de meu Deus, é assim mesmo, amiga! Enfim, chegamos! Ufa!!! Tadinha de Hull.  Era a sua estréia de ônibus! - Amiga, me perdoe ter feito vc pagar esse mico, viu? Mas, como dizia - quase - Milton: " O poeta tem que ir onde o povo está..."

 

O Museu do Ipiranga é um monumento à Independência do Brasil e localiza-se no Bairro do Ipiranga, zona oeste da capital paulista. Conta a história que, já naquela época havia os conflitos de interesses políticos.

Poucos meses após a proclamação da Independência, em 7 de setembro de 1822, surgiu a primeira proposta, seguida de inúmeras outras de erigir um monumento à Independência do Brasil no próprio local onde ela havia sido proclamada, às margens do riacho do Ipiranga. Por falta de verbas e de entendimentos quanto ao tipo de monumento a ser erigido, somente após sessenta e oito anos da proclamação, a idéia se concretiza, com a inauguração do edifício-monumento, em 1890.

 

Em 1884 é contratado, como arquiteto, o engenheiro italiano Tommaso Gaudenzio Bezzi, que, no ano anterior, havia apresentado o projeto de um monumento-edifício para celebrar a Independência. O estilo arquitetônico adotado, o eclético, havia muito estava em curso na Europa e viria marcar, a partir do final do século XIX, a transformação arquitetônica de São Paulo. Valendo-se de uma das principais características do ecletismo a recuperação de estilos arquitetônicos históricos Bezzi utilizou, de forma simplificada, o modelo de palácio renascentista para projetar o monumento.

 

Visitamos todas as dependências do Museu, nos inteiramos da história – a que foi contada – e meus amigos, em especial o amigo da Itália – Conrado – como sempre, ficou maravilhado com tudo o que via. De fato, é um belo passeio.

 

Após a visitação, saímos, mais uma vez, cansados das andanças pelo interior do Museu, tiramos algumas fotografias nos jardins – lindos, por sinal – pelos nossos celulares – Claraluna não sabia manejar muito bem a sua câmera e, a minha, recém- adquirida, encontra-se na Assistência Técnica. Eita, mulherada atrapalhada!

 

Mas valeu a visita. Tomamos dois táxis – só podem transportar quatro passageiros e éramos cinco – em direção ao centro, pois a fome já batia feio em todos, após a primeira parte da jornada do dia! Levei-os ao um tradicional restaurante da cidade, de nome um tanto quanto estranho,  –O GATO QUE RI -  conta a história que esse nome lhe foi dado devido ao gatinho de estimação da proprietária que, realmente, sorria! Há a foto do gato sorridente, na entrada do restaurante. Um lindo sorriso!

 

É um local em que se come muito bem e – para não fugir à regra – acompanhamos o almoço com alguns “choppinhos” da casa. Como estávamos próximos ao Hotel em que se hospedaram, acompanhei-os até a porta, para que descansassem da aventura e dirigi-me a minha casa. A manhã havia sido sensacional, muito gratificante e à noite... Teria mais aventura pela cidade.

 

À noite, liguei para o Hotel. Falei com Hull e combinamos que eu passaria lá para levá-los à uma Pizzaria, no bairro da Bela Vista – tradicionalmente conhecido por “Bixiga” -  reduto das Cantinas e Pizzarias, genuinamente italianas. Conrado queria conhecer a pizza da Itália, aqui, no Brasil.

 

Por volta de vinte e uma horas, eu e Cláudio – meu marido – os apanhamos na recepção do Hotel e nos dirigimos à Pizzaria Speranza – no Bexiga. Como é normal, aos sábados à noite, na cidade, havia uma pequena fila de espera – o que depõe a favor da casa, é claro! Se tem fila de espera... é bom!

 

E, dito e feito. A Pizzaria é maravilhosa, com fotos de celebridades, freqüentadores da casa, decorando as paredes, muito espaço e deliciosas pizzas. Comemos, jogamos uma agradável conversa fora e aproveitamos para nos conhecermos um pouco mais. Foi uma noite memorável, com um simples senão: Cacau – sobrinha de Hull – pegou um belo resfriado e achou melhor ficar no Hotel, repousando. Foi uma pena, ela teria gostado do programa.

 

Antes de retornarmos ao Hotel, demos uma volta pela Avenida Paulista – o centro financeiro da Capital – para que eles pudessem conhecer esse local badalado e conhecido no mundo todo, devido aos grandes empreendimentos lá existentes. É uma avenida muito bonita!

 

Despedimo-nos à porta do Hotel e seguimos para casa, gratificados, pela bela noite que passamos em companhia de meus amigos queridos. Eu já me sentia um pouco triste, pois no dia seguinte, minha mana iria embora... Eu sabia que iria ficar chateada, por isso, tentei não pensar no assunto naquele fim de noite!

 

Mas este, é um outro capítulo – epílogo da aventura!

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